A preferência de brasileiros por investimento em criptomoedas contra o TradFi é muito alta, mas seu uso ainda perde para os produtos tradicionais. Mais de 41.000 empresas compraram criptoativos em outubro.
Os investidores brasileiros estão mostrando uma forte preferência por investimento em criptomoedas mesmo quando o mercado global passa por uma fase de muita incerteza, sem garantias de recuperação. A preferência e a confiança nos criptoativos é tão evidente que vemos uma substituição dos produtos tradicionais de investimento financeiro bem estabelecidos, como ações e metais preciosos.
Em particular, dados de uma pesquisa publicada em novembro indicam que 33% dos brasileiros pretendem comprar criptomoedas como Bitcoin (BTC) nos próximos 12 meses. A criptomoeda ocupa o primeiro lugar entre as preferências de alocação de capital, seguida pelo setor imobiliário com uma participação de 26%, enquanto as ações estão em terceiro lugar com 22% de interesse.
Os cartões de crédito também estão entre os principais produtos de investimento, em quarto lugar com uma participação de 21%, enquanto as contas de poupança estão em quinto lugar com 15%.
Essa preferência acaba se limitando apenas para os investimentos. Quando o assunto é uso e adoção dos produtos financeiros em 2022, as criptomoedas ocupam apenas o quarto lugar com uma participação de 26%. Os ativos digitais acompanham conta corrente (73%), cartão de crédito (72%) e conta poupança (55%).
A pesquisa foi realizada entre 1º de outubro de 2021 e 22 de setembro de 2022, atraindo 2.024 entrevistados com idades entre 18 e 64 anos.
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A intenção dos brasileiros de investir em criptomoedas pode ser atribuída a fatores como alta inflação e desvalorização da moeda local, à medida que as criptomoedas surgem como um hedge para os investidores que buscam proteger sua riqueza e lucrar com a arbitragem em uma economia altamente desequilibrada.
Muitas grandes empresas perceberam essa demanda crescente do varejo pela compra e, ainda não, pelo uso das criptomoedas. Fazendo com que Nubank, Mercado Pago, 99Pay e outras instituições financeiras passassem a oferecer a opção de compra de criptoativos sintéticos, sem a possibilidade de saque para uso, mas permitindo que os investidores participassem no lucro, caso o preço à vista destas criptomoedas subissem – o que não foi o caso desde a implementação dos serviços que se assemelham muito à fundos de investimento.
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A demanda por alocação de capital em cripto, no entanto, não se limita apenas ao varejo, mas muitas entidades jurídicas passaram a comprar bitcoin, ethereum e outras criptomoedas.
De acordo com a Receita Federal, a partir da declaração destas entidades, mais de 41.000 empresas declararam ter comprado criptomoedas em outubro de 2022, estabelecendo novos recordes de investimento institucional.
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