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Como é a morte de uma criptomoeda?

como é a morte de uma criptomoeda

Antes de pensarmos na morte de uma criptomoeda, precisamos observar todos os predicados que a tornam uma boa criptomoeda e como eles afetam no funcionamento dela.

Uma boa criptomoeda

Os predicados ou características de uma criptomoeda, segundo o que pudemos aprender com o mercado até agora, são:

Liquidez – estar listada em grandes exchanges com grandes volumes é essencial para qualquer criptomoeda, para ter liquidez e conseguir atrair grandes investidores e negociadores.

Segurança da rede – a segurança da rede é fundamental para qualquer criptomoeda. Isso é importante para evitar ataques de maioria e para prover robustez ao blockchain.

Credibilidade – a credibilidade é uma consequência da segurança e da liquidez, somada com o time de desenvolvimento.

Adoção – essa criptomoeda está sendo utilizada? Ela resolve algum problema de forma eficiente e prática?

Novamente, eu não defini esses critérios arbitrariamente. Se você observar, as maiores 10 criptomoedas têm esses requisitos, sendo outros mais ou outros menos.

Observações

“Mas decentralização não é importante?”. Isso vai depender da sua ideia sobre criptomoedas. Conseguimos ver projetos extremamente centralizados conseguindo se sair bem no mercado e dispondo de uma boa credibilidade.

“Preço também não é importante?”. Depende, obviamente se uma criptomoeda chega a 0 e permanece lá, será uma consequência de todos os outros fatores citados acima.

Existem criptomoedas que têm o seu preço próximo de zero e ainda assim continuam firme e forte, uma delas é a Dogecoin, queira você ou não. Logo, o preço nu aos nossos é capaz de dizer muita coisa

Precisamos entender a variação dele em um determinado espaço de tempo e quais eventos determinaram essa variação. Ou seja, precisamos entender o seu comportamento. Pegar somente o preço, não diz muita coisa.

Como morre uma criptomoeda?

Uma criptomoeda começa a morrer quando tem sua credibilidade ameaçada pelos mais variados motivos: fraudes, ataque de maioria, roubo de um número significativo de moedas ou abandono do projeto pelos desenvolvedores.

Quando a credibilidade da moeda começa a ruir, sua adoção se torna mais lenta ou diminui com o passar do tempo, resultando em uma grande queda de preço. Consequentemente, os investidores despejam essa moeda no mercado.

Depois do despejo, essa moeda cai no esquecimento, com volumes baixíssimos, até começar a ser excluída das corretoras nas quais é negociada. Nenhuma corretora vai querer manter uma cripto sem volume de negociação.

Sem corretoras, não há como comprar ou vender essas moedas em grandes quantidades. A não ser que você encontre um p2p que esteja disposto a negociar contido, a custo de um gigantesco spread.

Perda de incentivo para mineradores

Os mineradores, por consequência, perdem incentivo para continuar a sustentar a rede. Como consequência, ela fica vulnerável a ataques de maioria (caso a criptomoeda utilize PoW).

Depois de passarem por todo esse “ciclo”, as criptomoedas se tornam “zumbis”, sendo sustentadas por algum grupo de apoiadores que acredita no projeto até o fim.

Um exemplo prático disso é o Bitcoin Gold, que tem tudo de ruim: ataque de maioria e desenvolvimento abandonado que resultam em uma perda de mais de 90% desde o preço máximo histórico. É só uma questão de tempo até ela começar a ser expulsa das exchanges.

morte de uma criptomoeda

Isso não é necessariamente uma espiral da morte

Necessariamente nem todas as criptomoedas passam pelo ciclo descrito acima. Algumas delas morrem antes mesmo de conseguirem ser listadas em exchanges, nem todas sofrem ataques e, nem todas são Scam.

Um exemplo de criptomoeda “zumbi” (que já morreu, mas não sabe ainda) é a brasileira MarteXCoin. Ela nunca teve um volume grande e nunca esteve listada em uma grande exchange.

morte de uma criptomoeda
Gráfico de preço, volume e Marketcap da MartexCoin

Também não sabemos de nenhum ataque ou de que ela seja scam. Basicamente o projeto está abandonado. Seu volume na data desse texto estava a US$ 16, segundo o Coinmarketcap. Apesar disso, a sua rede continua ativa e ela conta com alguns apoiadores.

No exterior tivemos uma criptomoeda que serviu como base para um esquema de pirâmide que fez muitas pessoas perderem seu dinheiro.

Era a BitConnect, que entrou em colapso em uma questão de dias, até permanecer como zumbi por alguns meses e morrer completamente em agosto.

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Gráfico de Preço, Volume e Marketcap da Bitconnect.

Exit Scam

Essa também é uma das formas mais comuns de morte de uma criptomoeda é o que conhecemos como Exit Scam. Isso é muito comum em ICOs que emitiram tokens em alguma plataforma, seja do Ethereum, Waves ou EOS.

Basicamente, no Exit Scam, os donos do projeto da criptomoeda simplesmente pegam o dinheiro de todo mundo e somem logo depois. São tantos tokens que já morreram que você pode acompanhar no Dead Coins.

Conclusão

Criptomoedas morrem por diversas razões: falta de liquidez, baixo interesse, hacks devastadores, exclusão em exchanges, abandono do desenvolvimento e exit scam.

Algumas criptomoedas seguem esse ciclo até caírem no esquecimento completo. Mas nem todas seguem esse comportamento. A conclusão é que se uma criptomoeda morre, isso significa que ela não deveria nem ter existido desde o princípio.

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