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A Surpreendente Participação das Empresas de Criptomoedas no Real Digital (DREX)

Nota de 100 reais na tela do smartphone, simulando o real digital

Recentemente, o Banco Central do Brasil deu nome ao projeto do Real Digital, que se chamará DREX. O que poucos sabem é que a tecnologia por trás do DREX e até mesmo quem está ajudando a testá-lo veio do mercado de criptomoedas.

Criptomoedas: Uma Revolução Descentralizada

Desde a sua concepção, as criptomoedas surgiram como uma alternativa descentralizada ao sistema financeiro tradicional. A ideia era criar um sistema financeiro que operasse fora do controle de entidades centrais, como governos e bancos centrais.

O Bitcoin, a primeira e mais famosa criptomoeda, foi criado em 2009 como uma resposta à crise financeira de 2008, com o objetivo de oferecer uma forma de dinheiro que não pudesse ser controlada ou inflacionada por entidades centrais.

DREX: Uma Moeda Digital Centralizada

Em contraste com as criptomoedas, o DREX é uma moeda digital centralizada, emitida e controlada pelo Banco Central.

Embora utilize tecnologia semelhante à das criptomoedas, usando o Hyperledger Besu (baseado no Ethereum), sua natureza e propósito são fundamentalmente diferentes.

O DREX é uma extensão digital do real, a moeda oficial do Brasil, e será totalmente regulamentado e controlado pelo BC.

A Contradição da Participação

Dado o ethos descentralizado das criptomoedas, a participação de empresas nativas de criptomoedas no desenvolvimento do DREX pode parecer contraditória.

Por que empresas que promovem a descentralização estariam ajudando a criar uma moeda digital centralizada?

Existem algumas possíveis explicações:

  • Oportunidade de Mercado: A criação do DREX pode representar uma grande oportunidade de mercado para empresas de criptomoedas. Ao participar do projeto, essas empresas podem se posicionar como líderes no emergente mercado de moedas digitais centralizadas no Brasil.
  • Influência no Desenvolvimento: Ao participar do piloto, as empresas de criptomoedas podem ter a chance de influenciar o desenvolvimento do DREX, garantindo que ele seja construído com a melhor tecnologia e práticas disponíveis.
  • Reconhecimento e Legitimação: A participação no projeto DREX pode oferecer às empresas de criptomoedas um nível de reconhecimento e legitimação no mercado financeiro tradicional.

Quais empresas do mercado estão participando do piloto para o Real Digital?

Apesar de não serem muitas, as empresas que estão participando do teste piloto para o DREX tem grande nome e peso de mercado.

Essas empresas criptonativas entraram em parceria com outras do mercado financeiro tradicional em formato de consórcios.

O mais “criptonativo” é o consórcio formado por TecBan, Basa, Pinbank, Dinamo, Cresol, Banco Arbi, Ntokens, Clear Sale, Foxbit, CPqD, AWS e Parfin. Que conta com a corretora Foxbit, a tokenizadora Ntokens e a plataforma de infraestrutura cripto Parfin.

Do outro lado está o MB com Mastercard, a corretora Genail, a Cerc e a fintech Sinqia.

Conclusão

A participação de empresas de criptomoedas no desenvolvimento do DREX é, sem dúvida, surpreendente e levanta questões interessantes sobre a relação entre o mundo das criptomoedas e o sistema financeiro tradicional.

Embora possa parecer contraditório à primeira vista, essa colaboração pode ser vista como um sinal da crescente maturidade e integração do mercado de criptomoedas no Brasil. Ainda assim, será interessante observar como essa relação se desenvolverá à medida que o DREX se tornar uma realidade.

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