Por um empréstimo de US$45 bilhões, o senado argentino aprovou na noite de quinta-feira um acordo contra as criptomoedas.
O empréstimo do Fundo Monetário Internacional é uma reestruturação da dívida argentina de US$58 bilhões feita em 2018.
Para receber os US$45 bi, os argentinos tiveram que assinar uma carta de intenções chamada de “Fortalecimento da resiliência financeira”, que diz “para salvaguardar ainda mais a estabilidade financeira, estamos tomando medidas importantes para desencorajar o uso de criptomoedas com o objetivo de prevenir a lavagem de dinheiro, informalidade e desintermediação.”
Logo após atacar as criptomoedas, a carta fala em “apoiar ainda mais o atual processo de digitalização de pagamentos para melhorar a eficiência e os custos dos sistemas de pagamentos e gestão de caixa”
Argentinos amam o Bitcoin e temem congelamentos

O acordo com o FMI mostra o desespero dos governantes vizinhos em tentar acabar de vez com qualquer liberdade econômica restante naquele país.
Os argentinos sofreram com uma inflação de 50,9% em 2021, não é à toa que o uso de stablecoins (inclusive algumas “descentralizadas”) cresceu 6 vezes no ano passado. Um relatório da Chainalysis mostrou que a adoção no país continua crescendo e é uma das maiores do mundo:

Um outro incentivo para adoção de criptomoedas vem das medidas governamentais implementadas em 2001 chamadas popularmente de ‘corralito’ (em alusão aos limites em currais), no qual o governo congelou quase US$70 bilhões.
O congelamento gerou revolta popular, deixando 33 mortos e um trauma financeiro que se estende até as novas gerações. Com criptomoedas como Bitcoin, Nano, Monero e Bitcoin Cash, o governo não consegue congelar transações e muitas vezes nem mesmo saber quem as fez.