O mercado financeiro é composto por pessoas, que possuem sentimentos e ciclos emocionais ao lidar com determinados cenários.
Por essa razão, alguns conceitos de ciclos emocionais e sentimentais podem ser aplicados às estratégias de investimentos. Um desses conceitos é o que chamamos de Antifragilidade.
Esse termo ficou amplamente conhecido graças ao matemático e escritor Nassim Taleb.
O começo
Os primeiros investidores são aqueles que enxergam o real valor de um ativo. São as pessoas que notam um problema real na economia/dia-a-dia e percebem a importância daquele ativo como resolução ou mitigador desse problema.
Por notarem o real valor, esses investidores também são os mais antifrágeis e que menos se importam com a cotação (preço).
Um investidor frágil é aquele que facilmente cederá. Para um investidor de valor ceder a um mercado de baixa ou qualquer outro tipo de pressão interna/externa, é muito mais improvável.
Quando vem o hype
Um mercado forjado por investidores antifrágeis tende a ganhar robustez. Essas pessoas não se desfazem fácil de suas posições, enquanto a demanda pelo ativo tende somente a aumentar por parte desses early-adopters.
Uma vez que o mercado ganha notoriedade e a situação melhora, entra a segunda leva de investidores. Esses, por sua vez, não sabem/conseguem enxergar o real valor do ativo. São movimentados pelo preço (cotação).
Por essa razão, são o tipo mais frágil de investidores.
Tempos difíceis
Quando o mercado fica tomado por investidores frágeis/fragilistas, o mercado como um todo se torna frágil por consequência. E aí vêm os tempos difíceis.
Como são motivados pela cotação do ativo, os investidores frágeis buscam sempre obter lucro em suas operações. Costumam agir como especuladores no mercado.
Isso é excelente porque gera liquidez e são responsáveis por repassar com a maior rapidez possível as expectativas dos investidores ao mercado, através do preço.
No entanto, qualquer movimentação abrupta no preço do ativo assusta os investidores fragilistas. Eles não sabem avaliar o que é caro ou barato, pois não enxergam o real valor do ativo. Qualquer movimento de manada irá assustá-lo e lhe tirar da jogada.
Por esse motivo, um mercado tomado por fragilistas tende a passar por tempos difíceis.
Nos tempos difíceis os investidores que só se preocupam com cotação abandonam o mercado. Enquanto isso, os antifrágeis aproveitam o período para acumular.
Por esse motivo, um mercado tomado por fragilistas tende a passar por tempos difíceis. Nos tempos difíceis os investidores que só se preocupam com cotação abandonam o mercado. Enquanto isso, os antifrágeis aproveitam o período para acumular.
Tempos difíceis estimulam o aumento de exposição e dominância de investidores em valor.
Antifragilistas criam mercados antifrágeis e de alta. E aí o ciclo começa novamente.