O Banco Itaú, um dos maiores do Brasil com aproximadamente 95 milhões de clientes, sempre teve uma relação controversa com a indústria das criptomoedas.
Em um passado não muito distante, o banco foi conhecido por adotar uma abordagem cautelosa em relação às criptomoedas, resultando no fechamento de contas de várias corretoras de ativos digitais.
O Itaú argumentava que o setor cripto era amplamente não regulamentado, o que levantava preocupações significativas sobre a conformidade com as normas contra lavagem de dinheiro. No entanto, essa atitude foi vista com olhos críticos pela indústria de criptomoedas e por alguns órgãos reguladores, incluindo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e o Banco Central. As empresas afetadas viram isso como um movimento anticompetitivo e potencial abuso de poder de mercado por parte dos bancos.
Recentemente, no entanto, essa abordagem tem passado por uma metamorfose significativa. Em uma reviravolta surpreendente, o banco estreitou seus laços com a indústria de criptomoedas. Em novembro do ano passado, o Itaú lançou seu primeiro ETF de Bitcoin, denominado IT Now Bloomberg Galaxy Bitcoin ETF (BITI11), na bolsa de valores brasileira, a B3. Essa foi uma iniciativa realizada em conjunto com a Galaxy Digital, uma proeminente empresa do setor cripto dos EUA.
Logo após o lançamento do ETF, o Itaú Digital Assets, uma divisão do banco focada em criptomoedas, anunciou planos para oferecer um serviço de custódia de ativos digitais a partir de 2023. O banco planeja fornecer um ambiente seguro e regulado para a custódia de criptomoedas, com planos futuros para estender seus serviços a clientes institucionais e outras empresas.
O desenvolvimento mais recente neste contexto é a adesão do Itaú à Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto), uma associação que congrega as principais empresas do setor cripto do Brasil. Com essa decisão, o Itaú se posiciona em contato direto com os principais participantes e especialistas do setor.
A junção à ABCripto é um movimento estratégico que evidencia a transformação do Itaú de um banco que uma vez fechou contas de corretoras de criptomoedas para um participante ativo no desenvolvimento do setor. Esta mudança indica a crescente importância das criptomoedas como um agente transformador no mercado financeiro global. A iniciativa do banco pode também marcar um marco no caminho para uma maior aceitação e regulamentação do setor de criptomoedas no Brasil.
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