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Após proibição do acesso à dólar, Argentina fecha o cerco contra o bitcoin

alberto fernandez e cristina
Após impor taxas e proibições que restringem o acesso ao dólar à população, o governo Argentino adotou medidas para monitorar as compras de bitcoin em todo o seu território. 

A Receita Federal da Argentina (AFIP) anunciou que vai exigir o fornecimento de dados internos de funcionamento de exchanges e companhias que trabalham com a compra e venda de criptomoedas. A ação do órgão governamental visa delimitar o acesso às criptomoedas, uma vez que cada vez mais a população está buscando migrar da moeda fiduciária para outras classes de ativos.

A agência está exigindo que as exchanges forneçam a identificação de todos os clientes e suas respectivas operações/saldo. Junto com isso, as bolsas devem relatar a receita total, bem como os saldos finais de todas as contas à AFIP até o dia 15 de cada mês.

O Governo Argentino vem restringindo o acesso a outras moedas, como o dólar americano, desde setembro do ano passado, quando o acesso ao dólar foi limitado em compras de no máximo $200 ao mês.

A população argentina busca um refúgio seguro para alocar seu capital, devido ao período de espiral inflacionária grave protagonizada.

Os dados apontam que a base monetária argentina cresceu 97,2% nos últimos 2 anos e incríveis 1386,62% nos últimos 10 anos. No último mês, a inflação argentina aumentou em 4,1%, sendo que apenas nos 4 primeiros meses de de 2021 o avanço está em 17,6%, ou 40,7% em 12 meses.

Mesmo com esses dados sendo fornecidos diretamente pelo site do Banco Central Argentino, o atual presidente da Argentina, Alberto Fernández declarou que “se preocupa muito com o aumento dos preços porque é inexplicável”. 

Os cidadãos argentinos enxergam no bitcoin uma última alternativa de depositar valor, com a moeda local se depreciando cada vez mais e a inflação batendo recordes. Enquanto isso, o governo procura condenar seus cidadãos a usarem uma moeda trajada para a destruição.

Com um passado turbulento e crises históricas, como em 2001, os argentinos se acostumaram a ver no dólar um meio de conta mais estável e menos sujeito a contabilidade criativa, como o Peso argentino, cujos índices de inflação já estiveram sob suspeita de fraude em algumas ocasiões.

O fim do ciclo de commodities em 2014 e os custos permanentes com programas sociais e subsídios criados em meio a euforia econômica levaram o governo local a atingir recordes sucessivos de déficit público. Ao contrário do Brasil, entretanto, o país vizinho não possui vedações para que o Banco Central adquira títulos do governo, fazendo do Bacen argentino uma fonte de “caixa” para o governo e elevando a pressão sobre a inflação.

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