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Como Bahamas se tornou referência em CBDCs

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Bahamas sai na frente na corrida pelas moedas digitais do Bancos Centrais. 

Em entrevista à Bloomberg, o governador do Banco Central de Bahamas desde 2016, John Rolle, descreve o que o seu país tem aprendido até agora com os “sand dollars” em circulação.

Pioneirismo

O país se tornou líder em e-money ano passado quando lançou o “sand dollar” seis meses antes da “Renminbi” chinesa. 

O sand dollar, assim como todas as outras CBDCs, é uma extensão da moeda corrente no país, o Bahamian dollar. A única diferença é que ela pode ser transacionada digitalmente com  mais celeridade, ajudando a superar as barreiras entre plataformas de pagamento. 

Uma moeda estatal comum vai permitir que carteiras rivais transacionem mais facilmente com os seus competidores. As transferências com a nova moeda digital acontecem por smartphones, o que nunca foi um problema, já que 90% da população das Bahamas já usava telefone celular em 2017.

O objetivo do Sand Dollar é promover uma maior inclusão financeira no arquipélago de mais de 700 ilhas, das quais cerca de 30 são habitadas. O Cointelegraph relatou em setembro de 2020 que Chaozhen Chen, gerente assistente de eSolutions no Banco Central das Bahamas, disse que a CBDC ajudaria a fornecer “acesso à infraestrutura de pagamento digital ou infraestrutura bancária” para residentes fora do sistema bancário ou com pouco acesso a ele.

A CBDC deu certo em Bahamas?

John Rolle conversou com a Bloomberg no início do mês sobre a experiência com a moeda digital funcionando no país. Vale a pena conferir os resultados dessa empreitada.

Bahamas é pioneira em CBDC. Prédio do governo.

Nas palavras dele, o projeto começou com um processo de modernizar os sistemas de pagamento do país e identificar a necessidade por novos provedores de serviços de pagamento. Ele enfatizou que, por causa da geografia da ilha, era muito difícil prover serviços financeiros por canais físicos, principalmente em áreas rurais.

Outro benefício esperado é o benefício da moeda digital em situações de catástrofe. Depois do Furacão Dorian (2019), bancos levaram mais de um ano para se recompor. Alguns ainda tentam recuperar a situação que estavam antes do desastre natural. O comércio nas comunidades afetadas pelo furacão está um pouco prejudicado. E para reerguer rapidamente o sistema de crédito, por exemplo, uma plataforma wireless permitiria isso com muito mais facilidade. 

O governador do BC de Bahamas confirmou que a quantidade de moeda em circulação é de 200.00 unidades, aproximadamente, com a probabilidade de ser emitido mais nos próximos meses pelo banco central. 

O maior obstáculo para a adoção, segundo ele, foi a pandemia que diminuiu a interação comercial como um todo.  Pois a demanda de instituições financeiras pelas Sand Dollars é maior que a oferta. 

Ademais, como a maioria da população já tem acesso à smartphones o principal agora seria educá-los para todos entenderem que as transações digitais podem ser superiores ao dinheiro físico em termos de rastreabilidade e recuperação de dinheiro em caso de fraude ou perda. É normal algumas pessoas ainda preferirem tirar meio período do seu dia para enfrentar filas em bancos. Mas pacientemente esse hábito vai se alterando.

John Rolle adiciona que é muito bom ser chamado de pioneiro, mas ainda há muito trabalho a ser feito, que o país resolveu compartilhar essa experiência com seus vizinhos e também aprender com eles. Visto que, o Banco Central do Caribe Oriental havia lançado sua própria moeda digital algumas semanas depois do sand dollar. 

Notícias como essa animam os entusiastas das moedas digitais e podem servir de exemplo para os demais países que ainda não embarcaram nessa onda das Ilhas da América Central. 

Enquanto isso aqui no Brasil, o governo estima que o PIX passe a ser pago ainda esse ano

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