O The World Gold Council (TWGC) divulgou que os bancos centrais de todo o mundo adicionaram um total líquido de 77 toneladas de ouro às suas reservas em janeiro de 2023. Isso representa um aumento significativo em relação a dezembro de 2022, com uma alta de 192% mês a mês.
Quais bancos centrais estão comprando ouro?
O Banco Central da Turquia foi o maior comprador em janeiro, adquirindo mais 23 toneladas de ouro e aumentando suas reservas para um total de 565 toneladas. Esse aumento nas reservas de ouro da Turquia foi devido à batalha contra a inflação galopante, que chegou a 85% no ano passado. Em contraste, o preço do ouro em termos de lira aumentou em 40% em uma base anual, de acordo com a Bloomberg.
A China também reportou um aumento de 14,9 toneladas em suas reservas de ouro, somando-se às 62 toneladas relatadas entre novembro e dezembro de 2022. O banco central chinês acumulou 1.448 toneladas de ouro entre 2002 e 2019, e muitos especulam que a China possua muito mais ouro do que oficialmente revela, mantendo-o “fora dos livros” em uma entidade separada chamada State Administration for Foreign Exchange (SAFE).
O Banco Central Europeu (+2 toneladas) e o Banco Nacional do Cazaquistão (+3,9 ton) também aumentaram suas reservas de ouro em janeiro, mas o Uzbequistão vendeu 12 toneladas de ouro, sendo o único vendedor proeminente.
Já o Brasil continua com os mesmos 129,65 toneladas de ouro, mantendo os níveis de 2022, ano em que praticamente dobrou as reservas do metal precioso.
O TWGC projeta que os bancos centrais continuarão a comprar ouro até 2023, mas o ritmo de compra pode não corresponder ao recorde de 2022.
Os bancos centrais têm comprado ouro devido ao seu desempenho em tempos de crise e seu papel como um armazenador de valor a longo prazo. O chefe de pesquisa global do The World Gold Council, Juan Carlos Artigas, afirmou que o ouro continua sendo um ativo importante no sistema monetário global.