Em agosto, bancos centrais ao redor do mundo adicionaram 77 toneladas líquidas de ouro às suas reservas, de acordo com os dados mais recentes compilados pelo Conselho Mundial do Ouro. Este artigo investiga essa atividade frenética de compra e suas possíveis implicações geopolíticas e econômicas.
Índice:
- Comportamento da Compra de Ouro: Uma Tendência ou Uma Reação?
- A Estratégia de Ouro da Turquia: Venda, Compre, Repita
- O Dragão Dourado: A Abordagem Silenciosa da China
- Um Olhar Detalhado Sobre Outros Compradores Globais
- O Que Esperar em 2023?
Comportamento da Compra de Ouro: Uma Tendência ou Uma Reação?
Durante os últimos três meses, os bancos centrais acumularam um total de 219 toneladas de ouro, marcando o terceiro mês consecutivo de compras líquidas. Mas o que está por trás dessa corrida ao ouro?
Além de ser um ativo seguro, o ouro serve como uma forma de diversificar as reservas e minimizar a exposição a outras moedas, principalmente o dólar americano.
Com o aumento do uso de moedas alternativas ao dólar, como o bitcoin, renminbi e euro, o ouro é visto como uma maneira segura de guardar as reservas de valor de um país.
A Estratégia de Ouro da Turquia: Venda, Compre, Repita
Em contraste com a tendência global de compra, a Turquia vendeu 160 toneladas de ouro entre março e maio deste ano.
No entanto, em junho, o país mudou seu curso, adicionando 14.7 toneladas em agosto. Isso ocorreu apesar das especulações sobre possíveis vendas para atender à demanda doméstica.
Parece que a estratégia da Turquia está mais alinhada com a dinâmica do mercado local do que com uma mudança em sua política de longo prazo em relação ao ouro.
O Dragão Dourado: A Abordagem Silenciosa da China
O Banco Popular da China liderou as compras em agosto, adicionando 28,9 toneladas ao seu arsenal dourado. No entanto, esta é apenas a ponta do iceberg.
A China tem um histórico de fazer compras significativas e depois permanecer em silêncio, alimentando especulações sobre suas verdadeiras reservas de ouro.
Em julho, a China adicionou 23 toneladas às suas reservas, batendo recorde que foi novamente superado em agosto.
Essa estratégia é vista por muitos como um esforço para reduzir a dependência do dólar.
Um Olhar Detalhado Sobre Outros Compradores Globais
Além da Turquia e da China, Polônia e Uzbequistão também foram grandes compradores em agosto.
Enquanto a Polônia adicionou 14,9 toneladas, a Uzbequistão comprou 8,7 toneladas, demonstrando um ciclo intermitente de compra e venda que parece ser comum entre os bancos centrais com produção doméstica de ouro.
O Que Esperar em 2023?
De acordo com uma pesquisa recente do Conselho Mundial do Ouro, 24% dos bancos centrais planejam aumentar suas reservas de ouro nos próximos 12 meses.
Será interessante observar como essa tendência evolui e quais serão suas implicações no cenário econômico global. De qualquer forma, esse é um indicador de duas tendências: a diminuição da influência do dólar e o aumento das instabilidades globais.