O Bitcoin está entrando no mais duro bear market de sua história, com taxas de retorno compostos em suas mínimas e um cenário macro desafiador.
Resumo:
- CAGR do BTC entra no pior momento da história;
- Menor SPR desde 1982, petróleo em alta e crise inflacionária;
- China com sérios problemas;
- Previsão de recessão por VP de grande banco.
@netoguaraci O pior mercado de baixa da história do BTC parece que finalmente se concretizou e pode piorar ainda mais se a inflação aumentar nos Estados Unidos ou uma recessão acontecer.
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O mais duro bear market do bitcoin já visto
Uma das maneiras mais usadas para definir o quão bem foi um investimento em um período é olhar para o seu crescimento composto anual, ou CAGR na sigla em inglês.
Se o CAGR do Bitcoin foi de, por exemplo, 80% nos últimos 5 anos, isso significa que o ativo teve um crescimento equivalente a 80% em cada ano dos últimos 5. O CAGR representa uma média do retorno de investimento.
E o CAGR do bitcoin na janela de 5 anos caiu para uma média de 26% em 2023. Segundo análise do Ecoinometrics, esse número só tinha sido alcançado no último bear market em 2018.

Este cenário sugere que o Bitcoin está navegando pelo período mais conturbado de sua trajetória. E, infelizmente, o ambiente macroeconômico não apresenta sinais positivos de recuperação para o valor da criptomoeda.
Inflação e preço do petróleo
Enquanto o Bitcoin enfrenta arrefecimento no crescimento, o Federal Reserve (FED) dos EUA se empenha em conter a inflação de 3,3%, mirando o objetivo de 2%.
Uma das principais estratégias é a elevação das taxas de juros, o que acarreta uma fuga de capital da economia e de ativos de risco, como o bitcoin, em direção a ativos mais seguros, como os títulos do Tesouro, reduzindo a quantidade de dinheiro em circulação e, consequentemente, controlando a inflação.
Contudo, a situação se complica. No início de setembro, tanto a Arábia Saudita quanto a Rússia anunciaram cortes significativos em seus fornecimentos diários de petróleo. Adicionalmente, a Strategic Petroleum Reserve (SPR) dos EUA se encontra em seu nível mais baixo desde 1982, dificultando respostas a aumentos de preços da OPEC+.

Isso gera preocupações no mercado sobre uma possível elevação nos preços do petróleo, exacerbando a inflação e pressionando para uma elevação ainda maior das taxas de juro.
E se a primeira economia do mundo pode enfrentar problemas, a segunda também está com grandes desafios econômicos.
China com sérios problemas
As taxas de desemprego, sobretudo entre os jovens na China, estão alarmantes, beirando os 50%. O mercado imobiliário chinês, que representa um quarto da economia do país, acusa uma dívida impagável de construtoras privadas que chega a US$ 390 bilhões.
Grandes nomes do mercado como a construtora Country Garden perdeu US$7,6 bilhões nos últimos 6 meses. Já a Evergrande, outra construtora, declarou falência com uma dívida de US$300 bi.

Para Michale James , Senior VP de Investimentos do Morgan Stanley, veremos uma recessão global em 2024:
“Acreditamos que começará no primeiro trimestre de 2024 e fará parte de uma recessão global, impulsionada principalmente por uma crise financeira na China.”
Fontes: