De alguns centavos para 50.000,00 dólares, o Bitcoin demorou 12 anos para chegar neste patamar. A grande dúvida agora não é se o sistema funciona e sim se e quando a criptomoeda chegará ao próximo nível.
Bitcoin bate US$50 mil, mas é só o começo
Hoje, o bitcoin quebrou seu recorde de preço e alcançou o que muitos achavam impossível. Apesar da recente retração das últimas horas, o recorde foi quebrado e para chegar novamente ao mesmo patamar parece que é uma questão de tempo.
O CEO da Binance, Changpeng Zhao, afirmou que “ninguém sabe onde o mercado irá no curto prazo”, mas se mantém otimista no longo prazo sobre o valor do bitcoin como uma reserva de valor contra moedas fiduciárias e seu potencial para mudar o mundo para melhor. Segundo ele, o interesse dos investidores de varejo no foguete do Bitcoin aumentou após o investimento de US$ 1,5 bi da Tesla na criptomoeda.
“Uma vez que o BTC entrou em um novo ATH, ele está agora, mais uma vez, na descoberta de preços e provavelmente tentará encontrar novos níveis de suporte e resistência.”, disse CZ, concluindo que “Enquanto isso, se você está recebendo mensagens de texto da sua mãe perguntando sobre bitcoin, você sabe que algo está acontecendo!”
Será que vale a pena entrar agora? Não está muito caro?
Antes de te responder, vamos olhar alguns números econômicos de dois países de dimensões continentais:
- Menos de 1% dos brasileiros têm bitcoin ou criptoativos declarados (115 mil) ;
- Os brasileiros têm mais de 1 trilhão investidos na caderneta de poupança, um dos piores investimentos que você pode fazer;
- É estimado que 11% dos americanos tenham bitcoin ou criptoativos;
- Uma pesquisa recente mostrou que 40% dos americanos querem comprar bitcoin;
- 30% dos dólares criados nos últimos 200 anos foram impressos apenas em 2020.
De um lado temo um país que simplesmente não tem a cultura de investir, com grande potencial de virar uma verdadeira nação de bitcoiners. Do outro, um gigante que se prepara para a “hiperbitcoinização” conforme seu Banco Central destrói a economia ao imprimir trilhões.
Temos 99% dos brasileiros a conquistar e 89% dos norte-americanos, fazendo uma conta rápida isso equivale a 490 milhões de pessoas. Claro, nem todos vão conseguir comprar bitcoin – principalmente por barreiras de conhecimento ou tecnológicas – mas isso pode ser superado quando fundos de pensão, órgãos governamentais e empresas listadas na bolsa encherem os bolsos do criptoativo. Isso dará exposição indireta ao ativo digital para boa parte da população.
Com tantos números positivos então quer dizer que vale a pena comprar bitcoin?
Depende da sua preferência temporal. A preferência temporal é um conceito muito simples: o quanto você prefere agora do que depois.
Por exemplo, João tomou um empréstimo de R$10 para beber uma cerveja no bar de Paulo. Meses depois João devolveu o dinheiro de Paulo e acrescentando R$5 de juros.
Isso significa que João teve uma alta preferência temporal por aquele bem, enquanto Paulo teve baixa preferência temporal e resolveu ganhar mais no futuro que no presente. Veja que a preferência temporal depende de cada pessoa e das circunstâncias.
O Banco Central está destruindo o meio ambiente!
Em uma economia monetariamente inflacionária (produzindo muito dinheiro) e taxas de juros artificialmente baixas há incentivos para gastos imediatos, baixa poupança e consumo alto.
Já o sistema monetário desenhado por Satoshi Nakamoto provoca reações contrárias ao atual. Visto que a geração de moedas tende a cair e a inflação monetária do btc é previsível, as pessoas preferem poupar e gastar depois. Apesar das acusações de que o bitcoin consome muita energia, a verdade é que o consumismo gerado pelos Bancos Centrais está destruindo o meio ambiente, endividando nossos filhos e gerando incentivos perversos.
Leia também: Cada novo brasileiro já nasce devendo R$30 mil ao governo
A preferência temporal tem um papel fundamental na nossa vida, é isso que mostra o experimento do Marshmallow de Stanford conduzido em 1960. Os pesquisadores Walter Mischel e Ebbe B. Ebbesen descobriram que crianças com baixa preferência temporal tendiam a melhores performances acadêmicas, poucos problemas de pesos e vícios.
Se você é uma pessoa com alta preferência temporal, talvez seja a hora de mudar os hábitos. Mas tudo depende de sua vontade de lutar contra o sistema, contra a volatilidade de curto prazo do Bitcoin e de salvar o meio ambiente do Banco Central.