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Bitcoin oferece economia de US$ 400 milhões por ano para salvadorenhos

Em 2020, El Salvador recebeu quase US$ 6 bilhões em remessas internacionais, o que representou cerca de 23% de seu produto interno bruto (PIB), um número mais do que representativo.

Agora, graças à adoção do Bitcoin no país, o presidente Nayib Bukele estima que provedores de serviços financeiros, como Western Union e MoneyGram, deixarão de ganhar US$ 400 milhões por ano em taxas dessas remessas.

Esse talvez seja um dos principais motivadores do país em ter adotado a criptomoeda, já que cerca de 70% da população salvadorenha recebe pagamentos de remessas.

Que problema o bitcoin ajuda a resolver?

Além das altas taxas envolvidas (algo em torno de 12,5% para uma transferência de US$ 100), as remessas costumam demorar alguns dias para serem efetivadas.

Cerca de 2,5 milhões de salvadorenhos enviam dinheiro com alguma frequência para amigos e familiares que ainda vivem em El Salvador. No ano passado, eles transferiram um total de quase US$ 6 bilhões, e uma boa parte disso foi para os intermediários que facilitam essas transferências internacionais.

“As remessas são uma área em que o status quo em nosso sistema financeiro legado é terrível, com taxas extraordinariamente altas cobradas de populações que não podem pagar por elas”, disse Matt Hougan, diretor de investimentos da Bitwise Asset Management.

A transferência de remessa média mensal é de US$ 195 e, para as famílias que recebem remessas, representa 50% de sua renda total. Portanto, o direcionamento de dinheiro do exterior para El Salvador é fundamental para a sobrevivência da maior parte do país.

Como parte da implementação, o governo lançou sua própria carteira virtual nacional – chamada de “Chivo”, ou gíria salvadorenha para “legal” – que oferece transações gratuitas e permite pagamentos internacionais rápidos.

“Não será durante a noite; 100% das remessas não serão movidas para o aplicativo Chivo amanhã. Essas coisas levam tempo e as pessoas naturalmente se preocupam em tentar coisas novas com dinheiro. Mas os atuais níveis de taxas cobradas pelas remessas vão se provar insustentáveis ​​”, disse Hougan.

Carteira Chivo

Uma das vantagens oferecidas para incentivar o uso pela população foi oferecer US$ 30 em bitcoin “grátis” para cada salvadorenho dentro do país que se inscrever para a carteira Chivo. Isso não é pouca coisa em um país onde o salário mínimo mensal é de US$ 365.

Com uma carteira Chivo, que é reservada para os salvadorenhos que vivem no país ou no exterior, a transação seria gratuita. Assim que o cidadão recebesse os fundos, ele poderia ir a qualquer um dos 200 novos caixas eletrônicos Chivo que o governo lançou e retirar dólares americanos de sua carteira virtual.

“Onde quer que você esteja agora, você pode enviar bitcoin para qualquer pessoa com uma carteira Chivo em El Salvador e, em minutos, eles têm o valor e podem ir a um dos caixas eletrônicos e sacar em dinheiro sem cobrança. Isso é impressionante. É uma melhoria humanitária incrível”, disse Alex Gladstein, diretor de estratégia da Human Rights Foundation.

Para um país onde 70% dos cidadãos não têm acesso aos serviços financeiros tradicionais, o Chivo não só oferece uma rampa de acesso conveniente para aqueles que nunca fizeram parte do sistema bancário, mas também os ajuda a testar o sistema.

Por outro lado, Gladstein, que passou recentemente em El Salvador, ressalta que a carteira Chivo não é diferente de um banco, o que significa que o governo tem autoridade para congelar o valor. 

É por isso que ele acredita firmemente que os salvadorenhos assumirão o controle de seus destinos financeiros, transferindo seu bitcoin de Chivo para uma carteira pessoal, onde possam exercer mais controle sobre os fundos.

“Todo o conceito por trás do bitcoin é a descentralização – o fato de que os indivíduos podem assumir o controle de sua saúde financeira e de seu dinheiro.”

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