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Bitcoin pode derrubar o preço do Ethereum e outras altcoins com essa nova tecnologia

Uma nova tecnologia está prestes a ser lançada para o Bitcoin e ela pode mudar completamente o cenário das criptomoedas nos próximos anos. Entenda mais sobre o protocolo RGB, que pode se tornar a infraestrutura base da nova economia.  

O Bitcoin é a principal criptomoeda do mercado, mas atualmente ela é pouquíssimo utilizada para as maiores aplicações dentro do ecossistema de criptoativos. NFTs, tokenização e integração de identidade via wallet eram aplicações que passavam longe do léxico do bitcoiner comum.  

Bitcoin x Ethereum, uma disputa injusta?

Esse gap de mercado foi preenchido por outras soluções de plataforma como o Ethereum, BNB e outras soluções.  O Ethereum, por exemplo, plugou milhares de apps que vão desde o Discord ao Reddit em sua cadeia, com um clique na carteira Metamask você tem seus ativos digitais dentro de praticamente qualquer do mundo digital. Enquanto isso, a comunidade da criptomoeda mais popular ficou confinada ao próprio ecossistema. 

Isso se deve ao conservadorismo dos desenvolvedores e comunidade do BTC. A responsabilidade de ser a primeira, maior e mais importante criptomoeda pesa enormemente na hora da comunidade fazer qualquer grande alteração na rede. Além disso, o Bitcoin é verdadeiramente descentralizado, chegar a um consenso em um protocolo descentralizado é extremamente complexo. 

Por esse motivo os desenvolvedores do Bitcoin tinham dois caminhos: diminuir a descentralização e atualizar o código rapidamente ou manter a descentralização e usar as ferramentas que o blockchain do BTC ofereciam. 

O caminho mais complexo era desenvolver aplicações com as poucas ferramentas do BTC. Diferente do Ethereum, os smart contracts do Bitcoin são limitados por questões de segurança e a capacidade de tokenizar no blockchain é diminuída devido a um bloco de 1 MB.

As poucas ferramentas disponíveis nesse tool set permitiram a construção de uma rede de pagamentos em cima do blockchain do Bitcoin, a Lightning Network (LN). A LN é verdadeiramente uma rede de pagamentos peer-to-peer rápida e eficiente. 

Mas para ela funcionar são necessários nodes próprios rodando o blockchain do bitcoin, que tenham liquidez (bitcoins) e grande disponibilidade. A LN saiu de 50 nodes em 2018 para 17.918. 

Acontece que essa rede de nodes peer-to-peer baseada no blockchain está subutilizada, ela pode fazer muito mais que apenas transmitir bitcoins. Arquivos, informações de contratos, tokens e validações criptográficas também poderiam passar por essa rede, com o bitcoin sendo a moeda padrão.

Mas como fazer isso? Aí entra o protocolo RGB, uma grande sacada de diversos desenvolvedores e empresas, que podem lançar o bitcoin para o próximo patamar de adoção.

O que é o protocolo RGB do Bitcoin?

O protocolo RGB (Red-Green-Blue) é um sistema de código aberto que permite a criação de ativos digitais personalizados, seguros e escaláveis ​​sobre a Lightning Network. Ele fornece uma plataforma para desenvolvedores criarem e emitirem seus próprios tokens, valores mobiliários e outros ativos digitais.

Mas em vez de criar uma nova blockchain para cada novo ativo, o RGB usa a Lightning Network como base. 

Aqui estão alguns exemplos de como o protocolo RGB pode ser usado:

  1. Tokenização de ativos: O protocolo RGB pode ser usado para tokenizar ativos como imóveis, ouro ou outras commodities. Por exemplo, um desenvolvedor imobiliário poderia criar um token digital que representa a propriedade em um projeto imobiliário. Esses tokens podem ser negociados com bitcoin, permitindo a propriedade fracionada e facilitando a compra e venda para investidores.
  1. Criação de valores mobiliários: O RGB também pode ser usado para criar valores mobiliários como ações, títulos ou outros instrumentos financeiros. Por exemplo, uma startup poderia emitir tokens que representam ações da empresa, permitindo que investidores participem do crescimento e sucesso da empresa.
  1. Arte digital: O RGB também pode ser usado para criar e vender arte digital. Artistas podem emitir tokens de edição limitada que representam a propriedade de seu trabalho, fornecendo uma nova fonte de receita e uma maneira de autenticar suas criações.

Além de todas essas funções, talvez as maiores vantagens do RGB são seus requisitos intrínsecos como alta escalabilidade, capacidade de execução de contratos inteligentes usando peer-to-peer, possibilidade de envio de arquivos e o aumento da privacidade de cada novo token ou contrato. Tudo isso feito no topo de uma infraestrutura já existente.

RGB: Killer app para o mercado de criptomoedas?

Além de ter uma infraestrutura pronta e subutilizada, o RGB já nasce com o criptoativo mais negociado do mercado como principal case para uso, a stablecoin USDT.

O RGB pode ser usado para movimentar os US$70 bilhões de marketcap do USDT, visto que a Bitfinex é a criadora da stablecoin e também a principal marca por trás do desenvolvimento do protocolo. Isso tornaria a LN ubíqua nas milhares de corretoras e serviços que dependem dos bilhões de dólares movimentados via stablecoin.

A Bitfinex parece estar investida nesse novo protocolo que tem participação, inclusive, de grandes players do mercado brasileiro de criptoativos. 

O desenvolvimento está adiantado, já há ferramentas para os desenvolvedores que quiserem testar a solução e uma carteira usando bitcoin em uma rede de testes que permite a criação de tokens e nfts. 

Definitivamente o protocolo RGB pode se tornar uma espécie de “killer app” para o mercado de criptomoedas, talvez seja a fagulha faltante para iniciar a adoção em massa da segunda camada do Bitcoin (BTC). 

Fim do Ethereum? Ou uma nova era para o Bitcoin?

A adoção do RGB pela comunidade do Bitcoin significará que, pela primeira vez, o BTC terá recursos semelhantes ao Ethereum e outras altcoins.

Isso encaminhará o bitcoin a adotar soluções de integração talvez semelhantes àquelas usadas pelo Ethereum. A comunidade terá toda uma gama de novas utilidades para usar os bitcoins, de NFTs até novos tokens. Com a vantagem de uma base de usuários maior e uma comunidade extremamente engajada com a filosofia “bitcoiner”.

O caminho de integração com apps como Discord, Reddit e outros, já trilhado pelo Ethereum, chegará para o Bitcoin em outro nível. Com a Lightning, teremos pagamentos bem mais baratos que na rede Ethereum, contratos inteligentes extremamente funcionais, pagamentos instantâneos e tokens privados. As vantagens são enormes.

Provavelmente não será o fim do Ethereum, que está há pelo menos 5 anos melhorando a experiência de integração com outros ecossistemas e sim um alvorecer de uma nova experiência com o Bitcoin. A longo prazo, entrentanto, as novas aplicações do BTC podem impactar no uso de altcoins. Para quê usá-las se você pode fazer a mesma coisa melhor, pagando menos e com mais liquidez?

A principal criptomoeda será a última a chegar na festa dos smart contracts complexos, NFTs e integrações, mas quando chegar tem o potencial de mudar completamente a maneira como interagimos digitalmente. 

Referências:

RGB Protocol – Federico Tenga – Adopting Bitcoin

RGB.info

RGB Magic: Client-Side Contracts On Bitcoin

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