O super ministro da economia Paulo Guedes poderá criar um novo plano assistencialista que transformará o Brasil no país com um dos maiores contingentes militares do mundo.
Na famosa reunião ministerial do dia 22 de abril poucas pessoas notaram que o ministro liberal Paulo Guedes tinha a intenção de criar um dos maiores programas assistencialistas do mundo, e de quebra dar ao Brasil um dos maiores contingentes militares ativos do planeta.
Com a crise do coronavírus atingindo o mercado de trabalho, é esperado que o Brasil atinja entre 20 e 40 milhões de desempregados. A situação será absolutamente calamitosa: até o momento atual, a crise já ceifou mais de 7,8 milhões de empregos.
São famílias inteiras que só estão sobrevivendo de auxílio emergencial. O Congresso já estendeu o auxílio, governos estaduais tomaram medidas para diminuir os problemas econômicos e até mesmo um plano de gastos públicos ao estilo governo Dilma foi apresentado, o famigerado Pró-Brasil.
Bolsa Quartel – Quem vai construir as estradas?
Mas aparentemente Paulo Guedes quer diminuir o desemprego fortalecendo as forças armadas. O ministro da economia pretende empregar 1 milhão de pessoas ou mais nos quartéis brasileiros, isso faria com que o Brasil entrasse para o top 5 nações com o maior contingente militar do planeta.
Se Paulo Guedes conseguir empregar 1,3 milhão, o Brasil superará a Índia e se tornará a segunda maior potencia militar em recursos humanos. E ele deixa isso claro na reunião ministerial do dia 22, veja o vídeo:
“Faz ginástica, canta o hino, bate continência. De tarde, aprende, aprende a ser um cidadão, pô! Aprende a ser um cidadão. Disciplina, usar o […] usar o tempo construtivamente, pô! É […] voluntário pra fazer estrada, pra fazer isso, fazer aquilo. Sabe quanto custa isso? É duzentos reais por mês, um milhão de cá, duzentos milhões, pô! Joga dez meses aí, dois bi. Isso é nada! Então, nós vamos pegar na reconstrução, nós vamos pegar um bilhão, dois bilhões e contrata um milhão de jovens aqui.
A Alemanha fez isso na reconstrução. Aí você também quer fazer estrada? Precisa de três, quatro bilhões a mais. Tem um orçamento de oito. Toma aqui seus quatro bilhões. Isso não faz falta. Isso não faz falta.”
Bolsa Quartel: Exército como Programa Social
Se por um lado Bolsonaro quer tomar para si o Bolsa Família com o “Renda Única”, Paulo Guedes criará o Bolsa Quartel. A ideia não é fortalecer o exército e sim dar emprego para os jovens.
Politicamente é uma decisão acertada da parte de Guedes: além de maquiar o número de desempregados reais, ele ainda consegue apoio dos militares e provavelmente ganhará mais popularidade entre os jovens.
Fora que é politicamente mais popular empregar diretamente do que dar dinheiro para grandes companhias fazerem isso, ou até mesmo distribuir dinheiro para bancos estatais.
Contudo, devemos nos perguntar se não seria melhor o governo dar diretamente o dinheiro para esses jovens, como no auxílio emergencial.
Vale lembrar que a economia existe para satisfazer o desejo das pessoas; atualmente, há mais pessoas desejando jovens “pintando muros, lavando calçadas ou se exercitando no gramado”? Se você fosse um consumidor, aceitaria pagar para manter a “Bolsa Quartel”?