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Candidato a vereador do PSOL defende democracia líquida por blockchain

Wladimir Crippa, candidato a vereador do PSOL

Conhecido por administrar uma comunidade de Bitcoin no Facebook, Wladimir Crippa agora é candidato a vereador de Florianópolis pelo PSOL com a principal proposta de um mandato de democracia líquida por blockchain.

A ideia é que Crippa não se considere o “dono do mandato”, mas seja apenas um intermediário entre o povo e o governo, com todas as suas ações sendo escolhidas através de votação em blockchain.

“Em vez de ser uma colina fora da cidade [como era na Grécia, onde a primeira forma de democracia foi exercida], podemos agora nos encontrar na internet. As ferramentas de colaboração podem facilitar as maneiras pelas quais muitas pessoas podem dar sua opinião sobre as políticas.

E usando as modernas tecnologias, computadores, criptografia e blockchain, podemos registrar os votos e a delegação de votos para que possamos decidir sobre essas políticas nós mesmos.”, explicou Wladimir em vídeo.

O psolista também é o responsável pela Bitconf, a maior conferência de Bitcoin e criptomoedas do Brasil, que já conta com 10 edições. Algumas outras propostas suas consistem em:

  • Mandato hacker: apoiar e estimular coletivos autônomos relacionados a criptomoedas, software livre, hackers clubes, entre outros.
  • Gabinete ‘open source’: transparência em todas as ações e o dia a dia do gabinete transmitido por webcam.
  • Privacidade para os cidadãos, transparência para o Estado: o compromisso com a proteção da privacidade como fundamental para a democracia, promovendo a pesquisa e estimulando novos projetos relacionados ao Bitcoin, tornando Florianópolis uma cidade “crypto-friendly”.

Veja também: Como seria o uso de blockchain em eleições?

Apoio do ‘CEO’ do Bitcoin Cash

Além de ter sua própria criptomoeda, a 42DC, o candidato também conta com o apoio do ‘CEO’ do Bitcoin Cash. “Em 2012 participei da fundação do Partido Pirata do Brasil. O movimento dos partidos piratas surgiu na Suécia, em 2006, iniciado por Rick Falkvinge – que esteve, inclusive, na fundação do Piratas brasileiro.”, disse Wladimir Crippa.

Rick Falkvinge, ativista pelos direitos de privacidade e defensor do Bitcoin Cash, deixou inclusive uma mensagem de apoio para Crippa:

“Fico feliz por você estar concorrendo a vereador em Florianópolis! Pessoas como você, com experiência no Partido Pirata e uma história de ativismo na Internet são necessárias na política em todo o mundo. Realmente não há desculpa para não entender e considerar mais a Internet e as novas tecnologias. Infelizmente, vemos os políticos da velha escola legislando com total desconsideração de como ela pode levar conhecimento e cultura para as massas – bem como a participação que pode proporcionar.”

Nos tempos de fork, Falkvinge publicou uma carta aberta em apoio ao Bitcoin Cash se nomeando CEO para escancarar a natureza ‘permissionless’ da criptomoeda. “Foi uma maneira de ilustrar que não estamos pedindo permissões, isso é parte da nossa comunidade. O desenvolvedor por trás do Bitcoin Cash, Amaury Sechet, começou tudo isso sem pedir permissão para ninguém.”, disse Rick Falvinge em entrevista para TV.

Crippa também tem contato com outro proeminente defensor do Bitcoin Cash, Roger Ver, que além de já ter participado remotamente da Bitconf também patrocina o projeto. No entanto, ele não deu nenhuma declaração sobre a candidatura de Crippa e se considera um libertário anti-Estado.

Candidato pró-Bitcoin sem bitcoins

Em conversa com o Cointimes, Wladimir Crippa esclareceu a falta de bens cadastrados na sua página do TSE de “Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais”.

“Sim, eu não tenho patrimônio. E nem bitcoins tenho no momento, pq eu movimento, logo que recebo, vendo, pra comprar as coisas do dia a dia mesmo, da vida.”, disse Crippa. “O que entra de grana por um lado, sai pelos outros.”

Além disso, perguntamos sobre a questão da população que não tem acesso a internet, e se isso não dificultaria a democracia digital proposta.

“Brasil tem cerca de 50 milhões de pessoas sem internet, não é pouca coisa, né? Nas capitais a situação é melhor, o número de sem-internet não é tão expressivo. Mas precisa pensar nisso sim, e por isso tem que se manter espaços presenciais, reuniões, assembleias, e nesses espaços ter computadores para as pessoas poder participar nos momentos de deliberação”, esclareceu ele. “fora isso, os Estados e prefeituras precisam criar telecentros, pra oferecer esse acesso a todo mundo”.

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