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CEO da CipherTrace afirma que consegue rastrear Monero, mas não sabe como

Monero anonimato

A empresa CipherTrace, que trabalha de perto com forças de segurança de diversos governos, alegou na noite de ontem que consegue rastrear transações de Monero.

Monero rastreado?

A comunidade da criptomoeda Monero, conhecida por sua forte privacidade e anonimato,  ficou surpresa com o anúncio feito ontem pela empresa de monitoramento de blockchain CipherTrace.

Em comunicado oficial, a CipherTrace alega que criou a primeira ferramenta de monitoramento de Monero da história.

“A CipherTrace desenvolveu ferramentas para explorar transações Monero para auxiliar nas investigações. Essas ferramentas incluem ferramentas de pesquisa, exploração e visualização de transações para fluxos de transações Monero que foram integradas ao produto de investigações financeiras Inspector da CipherTrace. Isso fornece maneiras de rastrear moedas Monero roubadas ou moedas Monero usadas em transações ilegais. “

Segundo o comunicado, a CipherTrace ganhou um contrato com o governo dos Estados Unidos para desenvolver essa ferramenta ao longo de um ano. O contrato é expansível e pode chegar até US$3 milhões. 

CEO da CipherTrace não sabe como rastrear Monero

Apesar das afirmações, a controversa ferramenta levantou dúvidas sobre sua efetividade após o CEO da própria CipherTrace não conseguir explicar nenhuma parte dos métodos usados para rastrear as transações. Aparentemente, o CEO Dave Jevans não sabia a diferença entre as carteiras de Monero e de Bitcoin na entrevista que pode ser vista abaixo:

Mesmo assim, Dave afirma que diferente do que é feito com o Bitcoin – moeda que é possível ter 100% de certeza sobre quem enviou determinada transação – o rastreamento da XRM usa um processo probabilístico. Ou seja, não há certeza completa sobre as afirmações da ferramenta.

O engenheiro de segurança Seth Simmons, acredita que esse seja um blefe da CipherTrace:

“Sem falar que eles afirmam que podem rastrear endereços, embora isso seja impossível no Monero (já que os endereços nunca são publicados na rede).

Está cheio de imprecisões, o que faz com que seja como um blefe encobrir que eles não têm nada de novo.”

Enquanto o ex-desenvolvedor chefe do Monero também aponta falhas para a descrição do produto da CipherTrace:

“A descrição deles não faz sentido – você não pode deduzir os endereços do Monero, mesmo se souber os fundos originados de uma transação específica. Não acredito que eles tenham criado algo mais do que um explorador de blocos visuais.”

disse Ricardo Spaganni

Problemas no Monero? 

A própria comunidade sabe que a criptomoeda precisa resolver alguns problemas, dentre eles a quantidade de “decoys” (chamarizes) para cada transação da rede.

“Imagine uma formação policial com um acusado injustamente e 10 chamarizes. Se os chamarizes fossem todas conhecidas por ser uma falsa testemunha, não funcionaria para proteger o acusado. O mesmo é verdade com as assinaturas de anéis Monero: esconder-se entre as chamarizes só funciona quando os chamarizes são estranhos para a polícia, e para alguns adversários, particularmente adversários engenhosos, apenas 10 escolhas aleatórias podem ser inadequadas. Então, por que não usar mais?”

afirma o site Monero Outreach – site mantido pela comunidade Monero.

Comunidade acelera criação de novo algorítimo

Para resolver os problemas atuais do XMR, a comunidade começou a publicar infomrações de um novo algoritmo que já está sendo desenvolvido há meses, o Triptych.

Criado pelos PhDs e pesquisadores Sarang Noether  e Brandon Goodell pela Monero Research Labs em parceria com Arthur Blue (RandomRun), O paper com a proposta de novo algoritmo já foi revisado por pares e ele permite a criação de 63 decoys ao invés dos apenas 10 utilizados pelo Monero atualmente, sem trazer problemas de velocidade e aumento do blockchain.

Apesar de tudo, o Monero segue em alta de 1,15% nos últimos 7 dias segundo dados do Coingolive.

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