Uma das maiores facções criminosas do Brasil teria usado bitcoin e uma pirâmide financeira para lavar R$300 milhões do narcotráfico.
De acordo com reportagem publicada pela Band News, a facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) usou uma corretora brasileira de bitcoins para lavar dinheiro do narcotráfico internacional.
A investigação da Polícia Civil aponta que o chefe do crime André de Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, enviava toneladas de drogas para a Europa e recebia o pagamento em bitcoin.
Para lavar o dinheiro, ele usava uma corretora de bitcoins brasileira da baixada santista que, segundo a reportagem, teria entrado em recuperação judicial. A corretora é apontado como uma pirâmide financeira e teria sido usada pela facção para lavar R$300 milhões.
De acordo com a Band, o esquema de lavagem seria amplo e envolvia lojas de roupa, restaurantes e até mesmo uma ONG que cuida de crianças carentes.
“Esquemas dessa natureza, de algum jeito [podem] servir também não só para investir, mas para muitas pessoas, esconder o dinheiro.
Então, muitas vezes é usado para esconder dinheiro. Até pela falta de regulação, né?
Porque eles acabam vendendo e não tem essa fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários. Muitas vezes para lavar dinheiro, sonegar imposto.”
afirmou o advogado Jorge Calazans para a Band.
Justiça pode soltar André do Rap
O suposto traficante foi preso em 15 de setembro de 2019, mas pode ser solto em breve. Mantido na cadeia apenas por prisão preventiva, o advogado de defesa pediu a revogação por excesso de prazo.
“[Espero] que os tribunais superiores mantenham a prisão do narcotraficante porque sua soltura seria um duro golpe no combate ao tráfico internacional de entorpecentes no País… não podemos ficar à mercê de facções criminosas mandando uma grande quantidade de cocaína para a Europa e enriquecendo e com seus indivíduos andando livremente pelo país.”, pontua o promotor de Justiça Lincoln Gakiya.