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Conheça a maior dívida da história da humanidade

a dívida dos estados unidos

Ter dívidas é um problema preocupante para qualquer pessoa. Afinal, os juros potencializam a quantia que você está devendo com o passar do tempo. Em alguns casos, os juros tornam as dívidas impagáveis naquelas condições, sendo necessária uma negociação ou um calote.

Por dentro da dívida americana

Mas parece que os governos ao redor do mundo não têm essa preocupação. Você sabia que a dívida pública dos Estados Unidos é a maior dívida da história da humanidade? Atualmente ela soma pouco mais que US$ 21 trilhões de dólares e cresce cada vez mais, ao infinito e além. Isso dá cerca de R$81,27 trihões de reais ou R$249.524 devido por cada cidadão americano.

Você pode acompanhar a evolução da dívida americana na imagem abaixo. Note o crescimento exponencial dela a partir dos anos 2000. É muito dinheiro.

evolução da dívida dos estados unidos
Dívida pública do Governo americano com o passsar dos anos.

A dívida pública é a soma da quantia devida pelo governo federal. Mas afinal, a quem o governo está devendo? Para levantar recursos públicos sem aumentar impostos ou imprimir dinheiro, os governos emitem títulos de dívida pública, também conhecidos como Tesouro Direto. As pessoas investem nesses títulos e recebem juros pagos pelo governo federal como forma de recompensa.

Você pode acompanhar a dívida nesse site: USDebt Clock. O mais legal é que nesse site tem a dívida das principais economias do mundo, entre elas o Brasil. 

Quais são os maiores financiadores dessa dívida?

dívida dos estados unidos
Quem financia a dívida americana?

Segundo a imagem acima, investidores domésticos, isto é, investidores norte-americanos detêm 32,5% dela. O Federal Reserve (Banco Central Americano) detêm 11,2%. Investidores estrangeiros detêm 29,3%, enquanto o governo federal detém 27% dessa dívida. 

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Entre os maiores investidores estrangeiros, a China é o país que detêm a maior participação da dívida pública americana, com 5,6% dela. O Japão fica em segundo com 4,9% e, surpreendentemente o Brasil fica em terceiro com 1,4% de participação na dívida pública americana.

Como essa dívida cresceu tanto?

Existem cinco motivos que explicam o crescimento da dívida norte-americana. Primeiro, a dívida é um acúmulo de déficits orçamentários federais, quando o governo gasta mais do que arrecada. Cada novo programa e corte de impostos aumenta a dívida. Estes aparecem em déficits orçamentários pelo presidente.

O maior déficit vai para o presidente Obama. Ele acrescentou o pacote de estímulo da Lei Americana de Recuperação e Reinvestimento, os cortes de impostos de Obama e US$ 800 bilhões por ano em gastos militares. 

Em segundo lugar, todo presidente pede emprestado do Fundo Fiduciário da Seguridade Social. O Fundo arrecadou mais receita do que o necessário com os impostos sobre a folha de pagamentos, alavancados pelos baby boomers* (é a geração que compreende pessoas nascidas entre os anos 70 e 80).

Idealmente, esse dinheiro deveria ter sido investido para estar disponível quando os boomers se aposentarem. Em vez disso, o Fundo foi “emprestado” ao governo para financiar o aumento dos gastos. Esse empréstimo sem juros ajudou a manter baixas as taxas de juros do Tesouro, permitindo mais financiamentos de dívidas. Mas esse dinheiro deve ser reembolsado pelo aumento dos impostos quando os boomers se aposentarem.

Terceiro, países como a China e o Japão compram títulos do Tesouro para manter suas moedas baixas em relação ao dólar. Eles estão felizes em emprestar para a América, seu maior cliente, por isso vai continuar comprando suas exportações. Mesmo que a China tenha avisado os Estados Unidos para reduzir sua dívida, ela continua comprando títulos do Tesouro. Mas a China reduziu sua participação na dívida dos EUA.

Quarto, o governo dos EUA se beneficiou de baixas taxas de juros. Ele não poderia continuar com déficits orçamentários se as taxas de juros disparassem como na Grécia. Por que as taxas de juros permaneceram baixas? Os compradores de títulos do Tesouro estão confiantes que os EUA têm poder econômico para pagá-los.

Durante a recessão, os países estrangeiros aumentaram suas participações de títulos do Tesouro como um investimento seguro. Essas participações passaram de 13% em 1988 para 31% em 2011.

Quinto, o Congresso eleva o teto da dívida. O Congresso estabelece um limite para a dívida, mas ainda a aumenta. Isso não aconteceu entre 2011 e 2013, no entanto.

Isso porque a crise da dívida resultou em uma paralisação do governo e no sequestro do orçamento. Em 2015, o Congresso suspendeu o teto até depois das eleições presidenciais de 2016. Em 2017, elevou o teto da dívida até 8 de dezembro de 2017.

A dívida dos Estados Unidos é pagável?

Os Estados Unidos têm um PIB, soma de todas as riquezas produzidas em um ano, de US$19,39 trilhões de dólares por ano. Além disso, ele possui um total de US$ 147 trilhões de ativos nacionais, segundo o USDebt Clock e US$ 197 trilhões de ativos financeiros., isto é, a soma de pequenas empresas, grandes corporações e residências. O que é verossímil, afinal, os Estados Unidos são a economia mais rica e poderosa do mundo.

Por outro lado, esses ativos englobam propriedades privadas de seus cidadãos, isto é: esse número não necessariamente reflete as propriedades em posse do governo. Quando falamos dos ativos que são realmente do governo, o número muda completamente. São aproximademente US$ 2,3 trilhões de dólares em ativos financeiros, segundo o FRED, uma base de dados do Federal Reserve.

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Ou seja, a dívida do governo americano é pagável quando olhamos pela ótica dos ativos não financeiros, que não são necessariamente do governo federal. Por outro lado, o governo dispõe de apenas US$2,3 trilhões de ativos financeiros para pagar uma dívida quase 10 vezes maior, o que é extremamente preocupante. 

Ou seja, caso precise pagar suas dívidas imediatamente, o governo dos Estados Unidos tem apenas US$ 2,3 trilhões em caixa para isso. Ele precisaria confiscar cerca de 12% dos ativos dos cidadãos americanos.

Não é saudável para nenhum governo continuar se endividando indefinidamente a níveis cada vez mais altos. É como gastar um cartão de crédito sem limite, uma hora a conta vai chegar. Os juros e o tempo não mentem e são leis universais, até mesmo para a maior e mais poderosa economia do planeta.

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