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Corretoras de Bitcoin da XP e BTG estão atrasadas

Executivo segurando cartão de visitas do BTG Pactual

É inegável que existe uma onda de adoção institucional chegando ao Brasil, mas ela está atrasada. Grandes empresas como a XP Investimentos e o BTG Pactual prometeram produtos relacionados às criptomoedas que ainda não foram entregues.

O interesse institucional ao Bitcoin e demais criptomoedas é muitas vezes colocado como um dos principais motivos para o crescimento deste mercado a partir de 2020. Após grandes investidores se tornarem simpáticos ao BTC, muitas empresas mudaram sua postura em relação à cripto.

No Brasil, o cenário começou a mudar quando a Comissão de Valores Mobiliários aprovou o primeiro ETF de Bitcoin em 2021, com o país saindo na frente dos Estados Unidos, por exemplo, que até hoje não tem um fundo spot, mas apenas de futuros de Bitcoin (junto com títulos públicos).

Ainda em 2021, grandes empresas do mercado tradicional brasileiro voltaram seus olhos para o Bitcoin e as criptomoedas. Mas, até o momento da escrita desta matéria, pouco foi entregue.

XP e a Xtage

Um exemplo claro é o da XP. Ela foi pioneira com a XDEX – lançada em outubro de 2018 – com uma espécie de sintético de bitcoin, já que os usuários não podiam sacar suas criptomoedas da corretora.

Embora criticada pela comunidade de Bitcoin na época, hoje é o que muitos investidores procuram em fundos, possivelmente para evitar o trabalho de custódia. Mesmo com a contratação de Fernando Ulrich, uma das maiores referências de Bitcoin no Brasil, a corretora não durou muito tempo e fechou as portas em março de 2020.

O timing da XDEX foi criticado nesta terça-feira por Felipe Escudero, do canal BitNada. “Entraram no fundo e saíram no fundo. Quando eles saíram o mercado virou. O XDEX agiu como um grande sardinha.”, disse ele em live.

O encerramento da XDEX ainda ressaltou um grande problema da falta de saques de criptomoedas em uma plataforma de investimentos, modelo que está sendo replicado por outras empresas como Nubank, Mercado Pago e 99Pay. Seus usuários tiveram que vender bitcoin para sacar em real dentro do prazo estabelecido pela corretora da XP.

Após o primeiro teste com a XDEX, a XP anunciou retornar ao mercado cripto com a Xtage, que deve começar com negociações de bitcoin e ethereum antes de adicionar mais opções para os clientes. Mas, enquanto ela deveria estar disponível até o final de junho, o site ainda apresenta uma lista de espera e a previsão mudou para “o segundo semestre de 2022”, ou seja, pode demorar até dezembro para estar 100% operacional.

BTG Pactual e a Mynt

O BTG se tornou outro caso interessante de atraso com o bitcoin. Em setembro de 2021 nós comentamos que ele poderia “se tornar o primeiro banco do Brasil a oferecer negociação de criptomoedas diretamente”, o que não aconteceu.

Apesar de já ter oferecido o investimento indireto em bitcoin através de fundos ainda em abril do ano passado, o BTG, através da Mynt, iria oferecer negociação direta de bitcoin, ethereum e outras criptomoedas no primeiro semestre de 2022.

Cá estamos em julho e a Mynt, assim como a Xtage, ainda mostra ao usuário apenas uma lista de espera. No site não há uma previsão de lançamento atualizada.

Vale notar que o Nubank, apesar de ser um banco digital bem pequeno em relação ao BTG, tomou a frente e já está oferecendo negociação de criptoativos aos clientes.

ETF de cripto e futuros de bitcoin da B3 estão em tempo de serem lançados

A própria Bolsa de Valores de São Paulo também confirmou estar colocando o pé na água quando o assunto é criptomoedas. Seus planos de entrar para o mercado cripto foram revelados em dezembro de 2021, quando o presidente da empresa disse que lançaria um ETF de criptomoedas e outros produtos este ano.

Já o executivo-chefe financeiro da B3 afirmou que a companhia também tinha planos de lançar futuros de bitcoin “nos próximos três a seis meses”. Isso significa que o produto deve sair entre agosto e novembro de 2022, e ainda há chance de ser entregue dentro do prazo definido.

Os contratos futuros são derivativos que podem ser utilizados para garantir uma compra ou venda de um determinado ativo por um preço pré-determinado, e pode dar ao investidor oportunidade de lucrar tanto na queda quanto na subida.

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