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Dados mostram uma desaceleração “alarmante” na economia da China

Partido Comunista da China

A desaceleração econômica da China se aprofundou em julho devido ao agravamento da crise imobiliária e às medidas de saúde por conta do coronavírus, com um corte inesperado nas taxas de juros que, segundo alguns economistas, dificilmente resolverão a situação financeira do país.

As vendas no varejo, a produção industrial e os investimentos desaceleraram, e as estimativas dos economistas falharam em julho. Além disso, a taxa de desemprego pesquisada para jovens entre 16 e 24 anos de idade subiu para 19,9%.

“Os dados econômicos de julho são muito alarmantes. As autoridades precisam fornecer um apoio total da propriedade à política da Covid a fim de deter um declínio econômico maior.”

Disse Raymond Yeung, economista do Australia & New Zealand Banking Group Ltd.

Os dados sugerem uma crise de confiança entre empresas e lares chineses, adicionando outra ameaça à economia mundial.

Ao mesmo tempo, uma crise imobiliária cada vez maior também está acontecendo no mundo todo à medida que os preços de commodities, como minério de ferro e cobre, caem.

Principais indicadores econômicos de julho

A produção industrial aumentou 3,8% em relação ao mesmo período no ano passado, disse o Escritório Nacional de Estatísticas, inferior aos 3,9% de junho.

O crescimento das vendas no varejo desacelerou para 2,7% em julho, inferior à projeção dos economistas de 4,9%. O investimento em ativos fixos ganhou 5,7% nos primeiros sete meses do ano, também pior do que os 6,2% projetados pelos economistas, enquanto o investimento imobiliário contraiu 6,4% no período.

A taxa de desemprego caiu de 5,5% para 5,4%, enquanto a taxa de desemprego juvenil atingiu um recorde de 20%.

O banco central chinês reduziu as taxas de juros para empréstimo de um ano e sete dias em 10 pontos base e, segundo Iris Pang, da ING Groep NV, “o corte nas taxas mostra que toda a economia está com problemas.”

A desaceleração da economia chinesa começou em março, quando as autoridades em dezenas de cidades impuseram lockdowns para controlar os surtos de Covid, e repercutiu-se nas principais economias, como Alemanha e Coréia do Sul, quando a demanda da China por bens manufaturados caiu.

No entanto, é importante ressaltar que o atual surto de covid acontecendo no país é também o primeiro, diferente de muitos países no mundo, visto que o governo teve sucesso em controlar os efeitos da pandemia desde seu início em 2020. 

Xi e os principais líderes do Partido Comunista fizeram uma avaliação otimista do crescimento econômico, mas a liderança reconheceu que a meta de crescimento anual do país de cerca de 5,5% não é alcançável.

A queda no setor imobiliário piorou em julho, com as vendas caindo mais de 28% no ano e os preços declinando pelo 11º mês consecutivo. 

Um ótimo ponto nos dados foi o forte crescimento na produção e vendas de automóveis após os cortes nos impostos de compra. As exportações da China também foram fortes em julho, desafiando as expectativas de uma desaceleração.

Segundo os economistas do UBS, liderados por Wang Tao, “o caminho da recuperação econômica no segundo semestre será incerto, dependendo de políticas relacionadas à pandemia, desenvolvimentos no mercado imobiliário e força do crescimento externo.”

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