Muitos investidores sonham viver de dividendos e outros entram no mercado financeiro com essa expectativa. Porém, o que muitos não sabem é que viver de renda pode ser muito difícil, fazendo com que seja cada vez mais necessário buscar outras fontes de renda extra.
Eu sempre digo que gosto muito de matemática, pelo simples motivo que os números dizem se aquilo faz sentido ou não. A matemática é aquela que prova se é possível viver de dividendos ou se é mais um dos mitos do mercado financeiro.
O que são dividendos?
Vamos supor que eu comprei uma cota de uma padaria. Essa padaria vale R$ 1 milhão e eu adquiri 10% dela, ou seja, R$ 100 mil. E esse meu investimento pode se valorizar, do mesmo jeito que também pode se desvalorizar. Portanto, essa é a mesma lógica de se investir em uma ação. Isso é o meu ativo.
A outra vertente é o que a empresa pode distribuir aos seus acionistas. É o que ela pode retribuir, dando uma participação dos lucros dela. Se eu tenho essa cota que vale R$ 100 mil e no ano a padaria distribuiu de dividendos R$ 10 mil, o que equivale a 10% do valor total que investi na empresa, significa que o meu dividend yield anual é de 10%.
Portanto, isso são os dividendos. Uma coisa é o valor da ação e outra é o quanto essa ação está distribuindo de valores para o investidor.
Viver de renda é possível?
Muitas pessoas acreditam ser fácil viver de renda. Porém, não é tão simples quando dizem. Por exemplo, se investir R$ 100 mil, tendo um dividend yield de 0,5% ao mês, o investidor irá receber mensalmente R$ 500. Logo, se com R$ 100 mil se recebe R$ 500, com R$ 1 milhão este valor passa para R$ 5 mil. Parece simples, mas, será que isso é o mais inteligente a se fazer?
Quem fica somente buscando a empresa que irá mais pagar mais dividendos no ano está brincando de cassino, está investindo sem estratégia, tentando somente ser o mais esperto do mercado.
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As maiores ações pagadoras de dividendos:
Segundo a Economática, as 3 maiores ações que vão pagar dividendos em 2021 provavelmente serão:
- Enauta (ENAT3): 9,64%. Se o investidor tiver R$ 100 mil aplicado, receberá R$ 803 por mês. Mas, caso o montante seja de R$ 1 milhão, esse valor será de R$ 8.030.
- Taesa (TAEE11-1,26%): 9,63%. Por mês, o investidor terá uma renda de R$ 802, no caso de ter R$ 100 mil aplicado. Ou, se R$ 1 milhão for investido, receberá R$ 8.020 no mês.
- Wiz (WIZS3): 8,32%. Se o valor investido for de R$ 100 mil, terá por mês R$ 693 ou R$ 6.930, caso o investimento na empresa seja de R$ 1 milhão.
Com isso, muitos investidores acreditam que este é um caminho fácil, que ao apostar em ações que pagam bons dividendos tudo estará resolvido e será fácil viver de renda. Porém, será que realmente basta somente investir nestes papéis para ter uma renda mensal?
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Investir em boas pagadoras de dividendos e viver de renda:
Investir em uma ação esperando os dividendos para viver de renda é estar diversificado? Isso é fazer a diversificação dentro da diversificação?
Quem faz isso só está alocando o seu patrimônio em ações. Além disso estará investindo em um mesmo setor, como o de energia, por exemplo, ótimo pagador de dividendos. E empresas do ramo são as que pagam mais dividendos pois o setor que tem maior previsibilidade e precisam de menos investimento.
E, além de não fazer sentido colocar todo o dinheiro em um único setor, também não faz sentido ter todo o dinheiro exposto na renda variável.
O investidor precisa parar de procurar pela carteira de ouro que irá ter as melhores pagadoras de dividendos e criar uma metodologia para seus investimentos. É necessário buscar mais rentabilidade, correndo o menor risco possível.
Colocar 100% em renda variável nas ações de um único setor não é correr menos risco. É novamente achar que a bolsa de valores é um cassino localizado em Las Vegas, em que se pode fazer apostas esperando algum alto e fácil retorno. Porém, durante a crise do coronavírus (covid-19) foi possível ver que não é assim, que o mercado pode cair e que não viveremos eternamente no bull market da B3 (B3SA3).
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