Menos de 1 semana após completar 6 anos, a rede Ethereum se prepara para uma atualização importantíssima, a chamada “London Hard Fork”.
O Ethereum, como um todo, está passando por um grande processo de transição: o algoritmo está migrando de Proof-of-Work (“prova de trabalho”, usado pelo Bitcoin) para Proof-of-Stake (“prova de participação”), o que vai aumentar a capacidade de transações por segundo, e possivelmente diminuir suas altas gas fees.
Nesse processo, a próxima grande atualização é o “London Hard Fork”, previsto para acontecer entre hoje (04) e amanhã (05).
Quem tem ETH em carteira, nada precisa fazer. A atualização é feita de forma automática.
O nome da cidade, nesse caso Londres, é inspirado nas cidades onde houveram conferências de desenvolvedores da rede.
A atualização é uma melhoria na experiência de usuário e, entre outras melhorias, inclui o EIP-1559, que muda a dinâmica das taxas pagas pelos usuários.
Entendendo melhor o London Hard Fork
Hoje, o ETH é uma moeda inflacionária, sem limites. A cada validação de bloco (+-15 segundos), os mineradores são remunerados com moedas recém-criadas e taxas de transação pagas pelos usuários.
A atualização do protocolo inclui 5 Propostas de Melhoria Ethereum (EIPs), dentre elas as EIP 1559 e EIP 3554, que visam:
-dobrar o limite de gas da rede Ethereum, o que aumentará a capacidade de transação.
-mudar a recompensa aos mineradores.
Sobre este último ponto, vale a pena entender melhor como isso será feito. A nova proposta é de que a taxa básica tenha um valor “base”, que será ajustada automaticamente pelo protocolo, de acordo com o congestionamento da rede. Quando a rede exceder a meta de gas por bloco, a taxa básica aumentará ligeiramente e, quando a capacidade está abaixo da meta, ela diminuirá um pouco.
Como essas mudanças na taxa básica serão restritas, a diferença máxima na taxa básica de bloco para bloco será previsível.
Um aspecto importante desse sistema de taxas é que os mineradores só conseguirão receber a taxa de prioridade e a de recompensa do bloco, enquanto que a taxa básica será sempre queimada (ou seja, enviada para uma wallet a qual ninguém tem acesso).
Entre outros fatores mais técnicos, essa queima ajudará a balancear a inflação do Ethereum, e diminuir significativamente a prática de manipulação de taxas pelos mineradores, que muitas vezes fazem isso para tentar extrair mais taxas dos usuários.
Além disso, os usuários também poderão definir manualmente a taxa máxima de transação, o que os ajudaria a limitar seus custos totais por transação.
Conclusão
O London Fork é o ponto inicial de uma série de mudanças na maneira com que mineradores operam na blockchain Ethereum.
É improvável que ele transforme o ETH em um ativo deflacionário. Isso só deverá ocorrer por volta de dezembro de 2021, quando a rede mudar o seu algoritmo de consenso, levando a uma grande queda na taxa de emissão de ETH para cerca de 0,4% a.a.
Esta redução de emissão de 90% é comparada a 3 halvings do BTC, é daí que surge o “halving triplo”, conforme visto no gráfico de taxa de emissão histórica e projetada de ETH abaixo (no trecho da linha laranja entre “1/1/2021” e “1/1/2022”). É apenas após esse evento que a rede provavelmente se tornará deflacionária.

fonte: ethhub.io
*as datas no gráfico são estimadas.
Aparentemente, o London vem beneficiando o preço do ETH nas últimas semanas. Só nos últimos 7 dias, o preço do ETH já subiu mais de 18%, enquanto que o do BTC caiu cerca de 0,5%.
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