De acordo com o detalhamento de bens no site do TSE, o presidente Jair Bolsonaro quebrou a primeira regra dos investimentos ao entrar na bolsa de valores, a diversificação.
Além de possuir quase meio milhão na caderneta de poupança, Bolsonaro também entrou na bolsa de valores, mas apenas em ações da Oi.
Com 67 ações da Oibr4 e 60 ações da Oibr3, suas escolhas podem não ter sido das melhores. Considerado por alguns como a pior empresa da bolsa, o papel desvalorizou cerca de 91%.
Desconsiderando as casas e automóveis, os investimentos de Bolsonaro declarados em 2018 poderiam ser representados dessa forma:

O que aconteceu com a carteira de investimentos de Bolsonaro?
Supondo que ele não mexeu nos ativos de lá para cá, Bolsonaro teve um pequeno aumento de patrimônio em poupança e renda fixa, mas perdeu quase tudo que aportou na bolsa.
As ações de Oi despencaram neste período, enxergando perdas de 92%. E já vinham caindo desde muito antes a crise do coronavírus afetar a bolsa.
Não sabemos a que preço o presidente adquiriu essas ações, mas o que valia exatamente R$ 1.282,84 se tornou apenas R$ 128,22 com a desvalorização.
Em vez disso, se Bolsonaro tivesse apenas comprado o ETF Ibov11, que diversifica em várias empresas ao mesmo tempo, teria obtido um pequeno lucro, semelhante ao que ele obteve em renda fixa (em %).
Em poupança e renda fixa, apesar dos ganhos nominais, Bolsonaro teve que enfrentar a inflação do próprio país corroendo o seu patrimônio. A partir de outubro de 2018 até dezembro de 2019, a inflação foi de 5,21%.
Bitcoin, o foguete dos portfólios
Por outro lado, desde as eleições até hoje, o Bitcoin dobrou de preço. Portanto, colocando os dados em perspectiva, Jair Bolsonaro deixou de ganhar 100% com Bitcoin para perder 92% com OIBR.
Se tivesse investido tudo em Bitcoin, ele teria comprado 22,3958 BTC, o equivalente a R$ 1.133.228,95 hoje. Ou seja, Bolsonaro teria duplicado seu patrimônio e ainda seria o primeiro presidente bitcoiner do mundo.

Porém, imaginando que ele tomasse um caminho mais conservador e investisse apenas 5% do portfólio em Bitcoin e retirado da poupança, Bolsonaro teria um desempenho 4,56% superior.
Assim como o presidente optou por alocar apenas 0,2% do portfólio em ações, minimizando suas perdas em Oibr, poderia estudar e investir uma pequena parcela em criptomoeda sem grandes riscos.
“Precisamos reconhecer que a alocação de 1% não prejudicará materialmente um cliente”, disse ele. “Isso não impedirá que eles atinjam suas metas financeiras e não prejudicará suas finanças pessoais”, disse Ric Edelman fundador da Edelman Financial Engines.
Mas, como Bolsonaro afirmou que não sabia o que é Bitcoin, seus resultados não foram bons.
Será que seu “Posto Ipiranga” deu algumas lições de investimentos para o Bolsonaro?