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Marea Turbo valoriza 18% no ano e supera investimentos tradicionais

Marea Turbo

As numerosas instabilidades políticas associadas à crescente inflação trouxeram uma nova percepção aos investimentos, dissociando o preceito de retorno seguro e conduzindo lucros a setores inusitados. 

Foi em outubro de 2016 que o COPOM, o Comitê de Política Monetária, anunciou a primeira redução na taxa básica de juros desde 2012, dando início a uma política que iria transformar completamente o mercado financeiro brasileiro. De lá pra cá, o número de investidores na B3 aumentou em mais de 580%, saltando de aproximadamente meio milhão para quase 4 milhões de CPF’s registrados

A conduta estimulante fiscal velou a era da renda fixa no Brasil, causando um êxodo gigantesco do setor de renda fixa para o mercado de renda variável. O fim do “dinheiro fácil” proveniente dos títulos públicos ocasionaram um boom no mercado financeiro, nunca houve o florescimento de tantos escritórios de investimentos e fundos de investimento especializados no mercado quanto houve nos últimos anos. 

Surfando na onda do dinheiro, cada vez mais companhias nacionais abriram seu capital e ofertaram seus papéis aos investidores, não à toa, o volume de dinheiro levantado no mercado de capitais bateu recorde no 1º trimestre de 2021

Nestes últimos 5 anos muitas coisas se passaram, tivemos eleições e sucessivas crises, mas nada diferente do cotidiano de um bom brasileiro. Na prática, quem entrou no mercado de renda variável junto com os anúncios do Banco Central se deu bem, uma vez que nos últimos 5 anos o Ibovespa, principal índice utilizado para medir os retornos obtidos na bolsa brasileira, teve um desempenho de mais de 94% desde setembro de 2016

Mas é importante observarmos os sucessivos aspectos que sucederam esse retorno, já que retorno no papel não necessariamente significa lucro no bolso (principalmente no contexto monetário brasileiro).

O cenário fica confuso quando analisamos o período que prosseguiu o início da pandemia. Desde então, o BC levou a política estimulante ao extremo, colocando a taxa de juros no recorde mínimo, de 2% ao ano

No mesmo período, a base monetária brasileira expandiu-se em mais de 46,3% de acordo com os dados do Banco Central. A conta iria chegar uma hora ou outra, e chegou, hoje (09) o IPCA, principal índice utilizado para medir inflação atingiu 9,68% no acumulado dos últimos 12 meses. 

Tudo isso culminou em uma inegável turbulência no mercado, e aumentou ainda mais a necessidade de se diferenciar lucro obtido com números inflacionados. 

Ações ou Fiat Marea Turbo, qual rende mais? 

Nesse contexto, a noção de investimento se tornou algo brando, uma vez que diferentes setores tiveram valorizações inusitadas. E esse é exatamente o caso dos automóveis, que em média apresentaram uma valorização superior a diversos investimentos tradicionais. 

Um estudo da KBB Brasil (mundialmente conhecida pelo renome nas avaliações e precisão de informações no mundo automobilístico) aponta um aumento médio de 10% no preço dos automóveis do ano passado, e ainda indica tendência de alta no ano. A valorização não permanece apenas no setor de carros “novos”, mas também se estende ao seminovos, com carros de até 20 anos apresentando valorizações de dois dígitos. 

Utilizando o famigerado Fiat Marea Turbo como exemplo, modelo produzido em 2005, o veículo de 16 anos apresentou uma valorização 17,64% nos últimos 12 meses de acordo com os dados da Tabela Fipe. 

O que significa, que quem investiu em um ETF baseado no índice Bovespa obteve um rendimento quase 1 ponto percentual abaixo do detentor do Fiat Marea, uma vez que nos últimos 12 meses o Ibovespa saltou em 16,72%.

Outros papéis famosos negociados na B3, como a PETR4, ação da Petrobrás, também ficaram abaixo da valorização do Fiat Marea, com uma valorização de 15,28% nos últimos 12 meses. 

Enquanto isso, ativos que estão adentrando o mercado financeiro tradicional desbancaram o pioneirismo com uma extensa margem de vantagem. O Bitcoin, que teve seus primeiros ETFs em lançamento neste ano, teve uma valorização de mais de 350%. 

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