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Moeda digital da China e fintechs ameaçam interesses dos EUA, afirma think tank

china blockchain

O Conselho de Relações Exteriores, um influente think tank da política internacional, soltou um relatório ressaltando os riscos aos interesses norte-americanos relacionados a moeda digital da China e a influência do país asiático na área de tecnologia financeira. 

A crescente influência de Pequim sob milhões de consumidores em mais de 140 países através de suas empresas de tecnologia financeira (fintechs) abre grandes possibilidades para os chineses espionarem em massa, diz o relatório.

Silk Road Digital com blockchain e moedas

A segunda maior economia do mundo estaria construindo uma Silk Road Digital ao sair na frente para oferecer a quase 2 bilhões de desbancarizados serviços financeiros essenciais. 

“Tais desbancarizados dependem de dinheiro físico, que pode ser inseguro, difícil de gerenciar, e difícil de manejar em emergências financeiras sem acesso a outros serviços sofisticados. Empresas chinesas de tecnologia financeira — definidas como aquelas empregando inovação habilitada para tecnologia em serviços financeiros — estão sendo rápidas para lidar com essa necessidade não atendida em vários países do Belt and Road Initiative (BRI),particularmente no Sudeste Asiático e África.”

O Ant Group, responsável pelo maior app mobile de pagamentos do país, já tem 1,3 bilhão de usuários via Alipay, quatro vezes mais que o Paypal – a maior fintech no setor de pagamentos mobile dos EUA. AliPay, WeChatPay estão invadindo diversos países do BRI e até mesmo a Rússia. 

O think tank destacou a importância do blockchain para interligar a expansão asiática e citou o Brasil como um dos alvos . Especificamente, o relatório cita a Blockchain Service Network (BSN) –  uma iniciativa do governo e principais empresas do país para facilitar o desenvolvimento de aplicações em blockchain – como um “encanamento internacional”

“Alguns analistas expressaram preocupação de que o domínio das empresas chinesas sobre a BSN, que poderia fornecer a Pequim influência sobre redes blockchain fora da China, apresenta riscos de segurança comparáveis aos levantados em relação ao controle das empresas chinesas sobre as redes 5G.

Se os atores ilícitos usassem aplicativos baseados na BSN, a capacidade dos Estados Unidos de tomar ações  relacionadas a criptomoedas ou processar aqueles que violam a lei dos EUA relacionadas a certos crimes cibernéticos poderia depender da cooperação da China para as evidências de dados digitais necessárias para fazer um caso de aplicação da lei.”

A dominância dessas fintechs fica clara no mercado brasileiro de criptomoedas, das quatro maiores corretoras em volume de bitcoin negociado no país duas são de origem chinesa. Com taxas baixas, maior variedade de produtos e sistemas de trade avançados, elas continuam a ganhar espaço, correspondendo a 40% do mercado de btc. 

Outra grande preocupação é a moeda digital chinesa, o e-CNY. Em fase de testas com mais de 10 milhões de usuários, a primeira moeda digital de um banco central pode gerar um “autoritarismo digital”, aponto o relatório:

Os planos rápidos da China para um renminbi digital, chamado de Moeda Digital/Pagamento Eletrônico (DCEP), para substituir sua moeda física. Projeto do DCEP dá ao banco central da China em tempo real vigilância financeira de todas as transações de usuários, potencialmente reforçando controle do governo sobre o comportamento privado e adicionando ao alcance de seu “autoritarismo digital“.

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