O navegador Brave, desenvolvido por um dos fundadores do Firefox e criador do Javascript, se prepara para atacar todas as bases do Google com seu novo mecanismo de pesquisa. Adsense e Adwords também estão na mira.
A hegemonia do Google na área de pesquisas pode estar com os dias contados se a gigante californiana não entrar no mercado de criptoativos. E o mais interessante de tudo isso é que você pode lucrar muito apostando na queda do Google.
Brendan Eich é o principal desenvolvedor do Brave Browser, um navegador baseado no Chromium – um software livre originalmente feito para o Linux que deu origem ao famoso Google Chrome.
Mas antes de entrar nesse projeto ele desenvolveu uma das piores armas contra a privacidade da história da internet, o Javascript. A linguagem é utilizada hoje para vigilância na internet por grandes empresas e um terror para os ativistas pró-privacidade.
Quase como um gênio arrependido, Eich com seus 60 anos quer deixar um legado positivo para a humanidade. Não que o Javascript não tenha melhorado nossa interação com a web ou salvado o mundo do domínio do Visual Basic – linguagem da Microsoft – apenas que daria para fazer mais e melhor em uma nova internet, a web 4.0.
Assim como a nova economia, a nova web está se desenvolvendo para se tornar compartilhável e democrática.
E se você ganhasse parte do dinheiro dos anúncios que geram bilhões para companhias como o Google, Facebook e Instagram? E se você pudesse escolher entre dar seus dados e receber o que merece e ficar completamente privado pagando por isso?
Essas são as ideias fundamentais do Brave, um navegador completamente integrado com a criptoeconomia.
Brave quer derrubar o Google em todas as bases
Além do navegador, Eich lançou o token de utilidade BAT (Basic Attention Token) usado para pagar uma pequena porcentagem da receita vinda dos anunciantes para os criadores de conteúdo e quem vê os anúncios.
Em 4 dias usando o Brave eu recebi pouco mais de 1 dólar em BAT, como criador de conteúdo recebi o equivalente a R$7. Não é uma mina de ouro, mas é melhor que não receber. Fora que o token valorizou 55,14% nos últimos 7 dias. No mínimo é uma renda passiva a mais por não fazer nada.
E aí está o ponto-chave do Brave.
Ele integra o cliente no processo de consumo e oferece incentivos para a adoção do token e do navegador. Qual o incentivo eu tenho para recomendar o Chrome por aí? Nenhum. Mas se as pessoas usarem o BAT a demanda pelo token cresce, o supply é escasso e logicamente a tendência é de alta. Eu ganho, o Brave ganha, os usuários ganham.
Tokenomics no seu mais alto nível 😎
Com uma base maior de usuários é uma questão de tempo para as empresas migrarem para o “Adwords” do Brave. O sistema de anúncios é democrático (distribui dinheiro para os usuários) e privado, visto que eu posso bloqueá-los.
Além dos mais, o criador de conteúdo pode simplesmente substituir o Adsense pelo sistema do Brave, bastando fazer uma verificação na área dos Creators. Os anúncios são substituídos e os usuários podem doar parte dos seus BATs diretamente para os criadores de conteúdo favoritos. Adeus Adwords.
E modelo tem dado certo. O CTR da Brave é 4,7 vezes maior que o Google Search e 17,56 vezes maior que o Google Display. A audiência também vem crescendo, com o navegador ultrapassando recentemente a marca dos 20 milhões de usuários.
Dos US$186 bilhões em receita feita pelo Google, US$146,92 bi foram feitas via Adwords/Adsense. O quão terrível seria para a gigante das buscas se seu core business começasse a sangrar?
Google Search x Brave Search
A última base de ataque do Brave contra o Google é a área de pesquisas. O Brave Search pode mudar tudo na indústria das buscas com um novo modelo de negócios.
Diferente de outros buscadores, o usuário poderá escolher pagar para não ver anúncios ou receber para vê-los.
A ideia é ter pesquisas personalizadas sem afetar diretamente a privacidade do usuário, as preferências de pesquisas provavelmente ficarão guardadas localmente e serão usadas pela search engine se forem requisitadas e com dados anonimizados.
Os modelos de rankeamento nas pesquisas poderá ser escolhido pelo usuário e criado pela comunidade.
“Através de nossa Comunidade Brave, os usuários podem participar não apenas na construção de índices, mas também em modelos de classificação alternativos para garantir a diversidade e para evitar a censura total.” – afirmou o site oficial do Brave.
A transparência no uso de algoritmos de indexagem tem o potencial de criar um êxodo de publishers para o Brave. Em vez de tentar adivinhar as melhores estratégias, os criadores podem simplesmente indicar um algoritmo com padrões abertos.
Em suma, o Brave quer construir uma internet mais livre, compartilhável e democrática. E você pode lucrar com isso, se o projeto der certo a BAT tem tudo para alcançar novos patamares. Se você aposta suas fichas no Google, as ações GOOG estão cada vez mais acessíveis no mercado brasileiro de capitais.
A competição do Brave é um ganho para todos os usuários da internet, com a liderança ameaçada a gigante das buscas terá que se esforçar mais e criar melhores produtos. Todos ganham se o Brave der certo.
Confira a comparação do Google x Brave
