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“Novo cangaço vem aí”, afirma sobrevivencialista sobre hiperinflação

O que você faria se soubesse, ou mesmo suspeitasse, que uma crise econômica sem precedentes estivesse próxima de ocorrer? O sobrevivencialista Avelino Morganti deixou claro o seu ponto de vista sobre esse cenário, afirmando, “pelo amor que vocês têm a vocês mesmos, se preparem.”

Talvez os mais jovens, acostumados com uma economia estável, inflação sob controle e juros artificialmente baixos não deem muita importância para essa possibilidade. Mas qualquer um que já passou ou por uma crise hiperinflacionária consegue compreender o quão calamitoso pode ser esse cenário. 

Inflação à vista 

É fácil notar a inflação de preços estampada nas prateleiras dos mercados, especialmente nos itens mais básicos. Segundo indicadores do IBGE -Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-, o preço de produtos mais básicos foram os mais afetados pelo aumento geral de preços, com alimentos comuns subindo mais de 50% no ano de 2020.

  • Cebola: 50,40%
  • Feijão-preto: 28,92%
  • Arroz: 19,25%
  • Óleo de soja: 18,63
  • Manga: 61,63%

Avelino, um conhecido nome do mercado de criptomoedas, que agora foca os seus esforços no mercado de metais, como ouro e prata, afirma estar se preparando para esse cenário de inflação:

Eu estou comprando comida, água, mantimentos, armas. Eu estou me preparando para o apocalipse. […] O preço da energia vai aumentar, o Bolsonaro falou que vai aumentar, já está em tarifa vermelha.

Muitos economistas alertam também que a inflação ainda está ‘represada’, e que o seu efeito em cascata deve ocorrer com mais intensidade em 2021.

Embora não vejamos ainda [a inflação] nas prateleiras dos supermercados, o fato é que temos uma inflação que está represada e em 2021, parte disso deve desembarcar nos domicílios, afirmou Felippe Serigati, analista do FGV, sobre o relatório do IGP-M (Índice Geral de Preços) em setembro.

O câmbio descontrolado e o aumento da base monetária são os principais motivos para esse aumento generalizado. Estima-se que o total de dinheiro circulando na economia brasileira aumentou cerca de 50% somente este ano por conta das políticas de criação de dinheiro do Banco Central.

Ao comentar sobre o endividamento do Brasil em um evento da Controladoria Geral da União de 10 de novembro, o ministro da economia Paulo Guedes afirmou que o país poderia “ir para uma hiperinflação muito rápido” se não resolvesse esses problemas.

Quantidade de notas de bolívares venezuelanos necessário para se comprar 1kg de carne na Venezuela. Foto: Carlos Garcia Rawlins.
Quantidade de notas de bolívares venezuelanos necessário para se comprar um frango na Venezuela. Foto: Carlos Garcia Rawlins.

A Venezuela é um ótimo exemplo do que pode acontecer por conta da irresponsabilidade fiscal de um país. Porém, a inflação pode não ser o maior problema que o mundo deve enfrentar. Os governos ao redor do mundo terão que arcar com as consequências das dívidas trilionárias emitidas nos últimos anos.

Dívidas impagáveis 

Segundo o Instituto Internacional de Finanças (IIF), as dívidas públicas e privadas do mundo já ultrapassam os 272 trilhões de dólares, com estimativas de alcançar US$ 277 até o fim do ano (365% do PIB mundial).

Somente a dívida pública mundial ultrapassa os 62 trilhões de dólares, de acordo com The Economist. Esse número representa mais de 30x o PIB brasileiro. Dívidas essas, que em sua maior parte, foram emitidas para subsidiar os gastos descontrolados do governo.

Dívida pública mundial - Fonte The Economist
Dívida pública mundial – Fonte The Economist

Leia mais: Cada novo brasileiro já nasce devendo R$30 mil ao governo

Quanto a esse cenário, existem duas possibilidades: 

1) Caloteamente da dívida

2) Impressão de dinheiro para pagá-la

No primeiro caso, dezenas de trilhões de dólares em títulos de dívidas simplesmente sumiriam da noite para o dia. Muitos fundos de pensão, fundos de investimento, empresas e economias domésticas seriam simplesmente destruídos.

No segundo caso, o problema seria socializado, e todos pagariam através do imposto inflacionário. Ambos os cenários são preocupantes e podem gerar um caos econômico comparável, ou mesmo pior que a própria grande depressão de 1929.

Filas para distribuição de comida durante a crise de 1929. Fonte: Shutterstock
Filas para distribuição de comida durante a crise de 1929. Fonte: Shutterstock

Como se proteger

Avelino Morganti, no grupo do Facebook Bunkers dos sobreviventes da crise, afirma estar se preparando para esse cenário, que pode ser comparada a um “novo cangaço”, com o preço das armas de fogo subindo 40% no país.

Ainda bem que eu comprei uma arma. Viram que nessa semana duas cidades foram assaltadas?Tenta comprar arma agora. Valorizaram mais de 40%. A Taurus não tá dando conta de entregar, o dólar subiu, a CBC esgotou as munições e o CR + CRAF tá demorando uns 4 meses.Mas ainda é tempo de se preparar. Comprem água, comida, armas, munições e preparativos.

“Eu espero estar fortemente errado, mas a base monetária subiu, já tá faltando água em algumas cidades, a tarifa de energia vai subir e o “novo cangaço” vem aí.”, acrescentou.

Ativos que não estão sob o controle do Estado, como ouro, prata e bitcoin podem ser as melhores alternativas de investimento que alguém pode possuir. Historicamente, o ouro é utilizado como um reserva de valor em cenário de crise, e o Bitcoin parece seguir esse mesmo caminho, tendo sido um dos melhores investimentos no ano de 2020, alcançando recentemente a sua máxima de todos os tempos.

Qual a sua opinião a respeito desse tema? Acha que é possível haver uma hiperinflação em breve? Como os governos vão se livrar das suas dívidas? Como você pretende se preparar para a próxima crise? Deixe sua opinião nos comentários abaixo.

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