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O Bitcoin não vai destruir o meio ambiente

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O argumento da vez é o desastre ambiental que o Bitcoin se tornou, e que por conta disso, está destinado ao fracasso. Além disso, muitos dos críticos acreditam que as transações de Bitcoin irão “travar” a internet”(?). A primeira vista os argumentos parecem fazer sentido, no entanto, são extremamente frágeis e fáceis de se contestar.

O grande problema deste tipo de argumento é que eles estão estabelecidos sobre um conceito absoluto. Ou seja, os críticos apenas argumentam que o Bitcoin consome uma quantidade enorme de energia naquele momento. A princípio não tem nenhum erro, porque a confiança do Bitcoin é estabelecida através de trabalho computacional, que gasta muita energia. 

É uma preocupação legítima para um problema real, o alto consumo de energia da rede. No entanto, todos os argumentos estão baseados em um raciocínio absoluto. Os críticos não observam os dois lados da mesma moeda, além disso, não consideram a passagem de tempo e a capacidade de adaptação e aprendizado do mercado. Por conta disso, o raciocínio se torna problemático e errado.

Perdidos no tempo

Um dos maiores erros é observar um problema e congelar todo o contexto. Quando alguém diz que o consumo energético do Bitcoin cresce cada vez mais, parece que este padrão irá se repetir indefinidamente até causar a ruína do planeta.

As pessoas aprendem com suas experiências e erros passados, o mercado é extremamente dinâmico por conta disso, ou seja, nada é constante. É verdade que os mineradores de Bitcoin devem comprometer uma grande parte da sua receita com o pagamento de energia elétrica. Certamente eles não estão satisfeitos com estes gastos.

É uma questão de tempo até o mercado começar a fabricar chips mais baratos que consomem menos energia. Afinal, o consumo energético é um problema, e o empreendedorismo encontra a solução. Diante de uma chance de sair na frente para garantir altos lucros, os fabricantes vão iniciar uma corrida para apresentar inovações.

Além disso, quem realiza este tipo de ataque ao Bitcoin, parece se esquecer do potencial desenvolvimento de novas fontes de energia mais sustentáveis. Existem mineradores que já utilizam energia eólica e solar para manter suas máquinas funcionando. Novamente, o erro de se ignorar todo o contexto.

Travar a internet?

Um argumento também utilizado com frequência seria o impacto das transações de Bitcoin na internet. A rede do Bitcoin poderia se tornar tão pesada a ponto de congestionar toda a rede mundial de computadores e smartphones.

Segundo o Bitinfocharts, o tamanho total da Blockchain do Bitcoin é de 202GB, enquanto o tamanho médio de cada transação é de 537 Bytes. Ou seja, o banco de dados pode ser armazenado por uma quantidade razoável de computadores domésticos hoje em dia.

O Bitcoin não está nem perto de travar a internet. Quem está mais próximo disso são os bancos e demais operadoras de cartão de crédito. São milhões de transações sendo processadas em servidores centralizados, o que certamente deve causar um impacto muito maior que o Bitcoin.

Além disso, soluções de escalabilidade como a Lightning Network e Segwit irão aumentar a capacidade de transação do Bitcoin, tornando o Blockchain e as transações cada vez mais leves com o passar do tempo. Novamente, o erro dos argumentos é congelar o tempo e esquecer todo o contexto.

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Bancos vs Bitcoin

Os gastos energéticos do Bitcoin parecem ser proporcionais ao desafio do Bitcoin. É uma moeda digital descentralizada que funciona perfeitamente sem uma instituição central determinando ordens. Não há uma agência física do Bitcoin, não há um gerente e sequer qualquer tipo de funcionário. Muitos criticam a sua verdadeira vantagem: ser um ativo 100% digital.

Quando se pensa por este ângulo, a conclusão é de que o consumo energético do Bitcoin parece plausível. Os gastos energéticos gerados diretamente pelo Bitcoin são apenas para a mineração. É importante notar que existem centenas ou até mesmo milhares de empresas no mercado de criptos. No entanto, o consumo energécio delas não chega nem perto do que é consumido por milhares de agências bancárias, por exemplo.

Por outro lado, há uma lista infindável de gastos energéticos relacionados diretamente aos bancos privados e centrais. São milhares de agências bancárias em todo o mundo, o desmatamento de florestas para imprimir novas moedas, o gasto para a manutenção da infraestrutura de servidores, o gasto para que milhares de caixas automáticos sejam mantidos, o gasto com carros fortes e seguranças para o transporte de dinheiro.

Existe uma série de gastos que estão ligados diretamente ao funcionamento das instituições bancárias. Além disso, é um gasto para manter um sistema de pagamentos extremamente centralizado, burocrático e arcaico.

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Problema quase resolvido

Basicamente, o problema já está quase resolvido. Como explicamos neste portal, o Halving diminui a recompensa de cada bloco pela metade a cada 4 anos. Isso significa que a cada 4 anos o lucro dos mineradores cairá no curto prazo. Desta forma, a mineração se tornará menos atrativa, diminuindo bastante a quantidade de mineradores a cada 4 anos.

Como dito anteriormente, há uma tendência de mercado para a fabricação de chips mais eficientes que utilizam menos energia. Provavelmente os fabricantes de vela utilizaram a mídia para espalhar o mesmo argumento décadas atrás: as lâmpadas elétricas irão acabar com o planeta em uma questão de anos.

O que de fato ocorreu é que em algumas décadas o mercado se adaptou. Surgiram lâmpadas de LED que possuem um gasto ínfimo de energia somado a maior durabilidade. Portanto, é necessário muito cuidado antes de fazer este tipo de crítica. Os acontecimentos não são constantes, o fluxo de tempo é dinâmico e contínuo. Não estamos seguindo uma noção estática e mecânica do tempo Newtoniano.

O Bitcoin é uma tecnologia nova que se desenvolve mais a cada dia. Cada vez mais pessoas estão se tornando donas do seu próprio dinheiro. Estamos diante de um ativo fascinante na economia, que certamente será um ponto de ruptura com o sistema financeiro atual.

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