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Guto Schiavon, a inspiração da Foxbit e do Cointimes

Morre Guto Schiavon

Luis Augusto Schiavon Ramos, carinhosamente chamado de Guto, fundou a Foxbit e foi inspiração para toda a comunidade de criptomoedas no Brasil. Ontem, dia 25 de dezembro, ele partiu em um trágico acidente automobilístico, porém seu legado e sua personalidade continuarão nos nossos corações.

Guto sempre quis educar o mercado brasileiro de criptomoedas, por 4 anos ele ajudou na criação de dezenas de textos e tutoriais que mais tarde serviriam como base e inspiração para a criação do Cointimes.

O Guto faz parte da fundação desse portal, ele continua vivo em cada texto aqui criado. Por isso, queremos que história dele seja lembrada e sirva de inspiração para empreendedores, apaixonados por criptomoedas e para todos os autores e leitores desse portal.

Vamos reproduzir o último post assinado por ele no blog da Foxbit, onde é contada sua história, conquistas e desafios:

Guto Schiavon e João Canhada – Mais do que sócios, irmãos!

“Por eu ser multitarefa, até hoje brincam que eu sou o bot da Foxbit. Fico com pelo menos três ou quatro janelas abertas no meu monitor de 34” enquanto trabalho! E isso ilustra muito o que eu sou e a história que construí aqui dentro.

Se o coração da empresa, que são as transações, a entrada e saída de dinheiro, não funcionar, todo o resto para. Por essa razão, sempre me empenhei ao máximo para manter o coração bombeando sangue para as outras áreas.

Quem é Guto Schiavon?

Sou Luís Augusto Schiavon Ramos, fundador e Diretor de Operações da FoxBit. Nasci em Marília, mas morei minha vida toda em Pompéia, também no interior paulista. Sempre fui muito ligado à tecnologia, principalmente por gostar muito de jogos de RPG Online.

Comecei minha vida de atendimento ao cliente e gestão de comunidade aos 11 anos, quando moderava fóruns de servidores de Ragnarok Online, um dos maiores MMORPG do mundo.
Com 12 anos, me juntei a alguns amigos de internet e criamos o AngelRO, onde eu era administrador responsável pelo fórum e por atendimento aos jogadores. Chegamos a ter 1500 players online simultaneamente,  um dos maiores servidores não-oficias de Ragnarok.

Já aos 14 anos, tive meu primeiro contato com trabalho formal, quando entrei para o curso de Mecânica de Usinagem do SENAI 9.28, em Pompéia, e ganhei uma bolsa de menor aprendiz na Jacto, empresa de máquinas agrícolas. Fui operador de máquinas CNC por dois anos.

Em 2011, o SENAI me chamou para participar da fase estadual das Olimpíadas do Conhecimento, junto com mais duas pessoas. Formamos uma equipe de manufatura integrada e construímos um quadriciclo elétrico. Conseguimos a medalha de bronze.

Dois anos depois, voltamos a competir, agora criando uma empilhadeira elétrica (na foto abaixo), tudo em 24 horas! Dessa vez conseguimos a prata.

Fomos convidados para a fase nacional, representar o estado de São Paulo, mas minha paixão por tecnologia falou mais alto do que a mecânica. Acabei saindo da equipe e focando na minha faculdade de Sistemas de Informação e num estágio que consegui como programador web.

PROFISSÃO: BITCOIN

Sempre fui muito  curioso sobre novas tecnologias, por isso trombei com bitcoin em meados de 2011, em algum fórum na internet. Na época o conteúdo era muito técnico e escasso, então continuei minha educação em programação.

Só voltei a ter contato com o assunto dois anos depois, quando o bitcoin havia valorizado e era tema de diversas reportagens na mídia. Aí a curiosidade voltou! Por volta de 2013, entrei em um grupo do Facebook chamado Bitcoin Brasil e comecei comecei a estudar mais sobre o assunto. Comprei placa de vídeo, minerava litecoin e escrevia vários artigos para blogs.

Pouco depois veio a primeira ideia de um empreendimento com a moeda digital. Eu idealizei e montei um site para tornar o bitcoin algo utilizável, na prática, na vida das pessoas. Chamava-se Pague com Bitcoin. Eu poderia pagar boletos e fazer recargas para as pessoas utilizando a moeda. Como eu tinha muitas atividades na época, acabei cedendo o projeto para um amigo no Facebook, e ele existe até hoje.
Essa foi uma fase em que percebi que deveria entrar nesse negócio profissionalmente. Mandei meu currículo e me ofereci para trabalhar de graça em alguma corretora, só para fazer contatos e ganhar mais experiência na área.

Por incrível que pareça, ninguém aceitou a cessão das minhas horas de graça! Porém, em conversas com os colegas da comunidade, João Canhada e o Rodrigo Souza, em 2014, veio o desejo de montar uma exchange. Eu já ganhava meu próprio dinheiro, então a ideia de empreender parecia natural e um novo desafio.
Por não entenderem muito bem, confesso que minha família não concordou totalmente com as minhas escolhas… Aos 20 anos eu tinha trancado a faculdade e decidido abrir uma empresa de algo que, até então, era pouco conhecido para eles! Mas essa foi mais uma etapa em que só o resultado traria entendimento.

NASCE A Foxbit

A história da empresa e seu surgimento “diferente” o próprio Canhada já contou por aqui. Talvez olhando de fora pareça que tínhamos poucas chances de dar certo. Antes de tudo, foi um processo de confiança e, do que eu considero o principal, mão na massa.

Vejo este como o nosso segredo. Não importava se era Natal, Ano Novo, Páscoa… com o notebook aberto e a ceia ao lado, estávamos disponíveis para resolver o problema dos clientes o tempo todo. Muitas vezes nós realizávamos transações de madrugada, com clientes que queriam dinheiro para pagar a balada!

Acho que isso conquistou a confiança e o respeito da comunidade.

Fomos crescendo, chegamos a outro patamar e, a empresa que surgiu tão descentralizada quanto o próprio conceito do bitcoin precisava de uma sede estruturada e de novos funcionários.
O primeiro escritório era bem apertadinho, inclusive gotejava um pouco com as tempestades paulistanas, mas foi nossa primeira casa física, na Zona Sul de São Paulo.

O espírito de família sempre foi muito latente na Foxbit, até porque nós moramos juntos durante um bom tempo, na “Toca da raposa”, uma espécie de república que montamos e moravam os quatro sócios: eu, Canhada, João Paulo e Felipe Trovão.

Acredito que esse espírito foi muito importante para chegarmos até aqui, não só entre os nove sócios, mas com todos os quase 80 funcionários da empresa.

Somos uma família unida em prol de um objetivo: revolucionar o mercado financeiro e contribuir para o crescimento da cripto-economia. Para isso, nossa maior missão é entregar agilidade, transparência e segurança para as pessoas, criando a melhor experiência para se negociar criptomoedas no Brasil.” –

Guto era o coração da Foxbit e a inspiração do Cointimes, sentiremos muito a falta desse ser humano fantástico. Muito obrigado Guto!

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