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“Operação Criptoshow” desarticula quadrilha que tentou comprar R$ 35 milhões em BTC

Operação Criptoshow

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) cumpre hoje, quinta-feira (25) a Operação Criptoshow, que envolveu o desvio de R$ 30 milhões, posteriormente encaminhados à tentativa de compra de bitcoin (BTC) por exchanges e vendedores P2P que não foram nomeados publicamente.

O roubo da Gerdau

A Gerdau, siderúrgica de Porto Alegre, sofreu um golpe na semana passada, nos dias 15 e 16. Segundo Boletim de Ocorrência registrado em 20 de abril e obtido pelo Portal do Bitcoin, o banco Santander teria aberto uma investigação sobre o caso.

Conforme a investigação indica, 11 TEDs (transferência eletrônica) foram realizados pelo internet banking da siderúrgica, totalizando o valor de R$ 30 milhões.

TED do golpe na Gerdau
TEDs agendados na conta bancária da Gerdau. Fonte: Portal do Bitcoin

Os valores, transferidos para contas de São Paulo, Rio Grande do Sul e Rondônia, não foram feitas de uma conta da Gerdau. Na verdade, eles foram agendados de uma conta da Mundial Iluminação, e o sistema foi recodificado para agendar as transferências na conta fraudada.

“É como se uma conta bancária corporativa tivesse invadido outra conta bancária corporativa para a ordem de débito ao banco”, diz a investigação enviada ao Ministério Público.

A operação foi bloqueada temporariamente devido aos altos valores supostamente agendados na conta da Mundial, porém, o responsável da empresa entrou em contato com o banco para “liberar as transações”.

No final, o dinheiro desviado ficou dividido nas contas bancárias de seis empresas diferentes, que posteriormente negociariam a compra de bitcoins.

Uma empresa de Porto Alegre recebeu o maior montante do furto, R$ 14 milhões. Três empresas sediadas no estado de Rondônia receberam juntas outros R$ 14 milhões.

Além disso, uma empresa de São Paulo obteve R$ 1 milhão, mesmo valor recebido pela empresa de Cachoeirinha, que efetuou o desvio.

Lavagem de dinheiro com Bitcoin

A investigação da MP-RS finalmente levou ao método de lavagem de dinheiro escolhido pela quadrilha: a substituição dos reais por Bitcoin. Através de OTCs, o grupo tentou realizar diversas compras da criptomoedas no mercado brasileiro.

Foi descoberto que uma exchange recebeu R$ 11 milhões no dia 16 de abril, proveniente de três das empresas investigadas anteriormente.

No dia 15, mais R$ 7,764 milhões também foram convertidos em bitcoins (cerca de 156 BTC), totalizando R$ 18,8 milhões nos dois dias.

“Não há instituição alguma encarregada de realizar ou monitorar as transações. Existem somente as exchanges que atuam, geralmente, como intermediárias entre aqueles que compram e vendem bitcoins.

Além disso, as transações de criptoativos se aproximam do anonimato, já que a privacidade é uma das diretrizes básicas desse mercado.

“Esse cenário beira a clandestinidade e assim se caracteriza como um ambiente propício para a lavagem de capitais”.

“O promotor Flávio Duarte destaca que é difícil localizar o patrimônio obtido com o crime que venha a ser revertido em criptoativos”. Fonte: Portal da MP-RS

Segundo o Portal do Bitcoin, contas que receberam o dinheiro desviado tiveram seus saldos congelados pelo Santander, sejam essas exchanges ou p2p.

“Como era um valor muito alto, de R$ 5 milhões, a gente pediu um extrato da conta de origem. Quando percebemos que o dinheiro que recebemos tinha entrado na conta de origem no mesmo dia, nós travamos a operação.

Imediatamente, o cliente começou a me pressionar para que eu enviasse os bitcoins, mas não mandei. Pouco tempo depois, o banco bloqueou a minha conta”, disse o dono de uma OTC, que pediu para não ser identificado.

Fonte: Portal do Bitcoin

Operação Criptoshow

Por fim, o mandato de apreensão foi realizado nesta manhã do dia 25, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

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