Em alta de quase 9% nas últimas 24h, o preço do bitcoin passa a ser cotado em 15,2 mil dólares, de acordo com dados do Coingolive. Apesar de atingir novas máximas históricas em real, negociado a R$ 84.700, o BTC ainda precisaria subir 30% para superar recorde em dólar de quase US$ 20.000.
A maior criptomoeda do mercado está em seu maior preço desde 8 de janeiro de 2018, quando o bitcoin iniciou uma corrida de ursos que durou mais de um ano.
Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira de Criptoeconomia, Safiri Felix, o recente crescimento do bitcoin tem forte relação da adoção institucional.
“O bitcoin confirma sua trajetória positiva, com ótima performance em meio à volatilidade dos mercados. A adesão recente de empresas como Square e PayPal e a entrada de investidores profissionais com grandes aportes têm sido os principais vetores de alta. A demanda tende a crescer ainda mais com a busca por diversificação e turbulência provocada pelos efeitos da pandemia”, declarou.
Além disso, as incertezas políticas que rodeiam a acirrada eleição americana também contribuíram para impulsionar o btc, de acordo com Felix.
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O Bitcoin não é mais o mesmo
Apesar de parecer que o criptoativo esteja apenas retornando ao seu maior patamar anterior, em questão de fundamentos a realidade não é bem essa. Como um sistema distribuído e de código aberto, o Bitcoin pode se tornar um software melhor a cada atualização.
O node de referência para o BTC é o Bitcoin Core, e já passou por 12 atualizações desde a máxima histórica em dólares ao final de 2017.
O uso da tecnologia Segwit quase quadruplicou de 2017 até hoje, chegando a quase 50% das transações onchain. Já a segurança da rede, medida em hashrate, aumentou mais de 921%.
Por esses e outros motivos, o volume transacionado em btc ao redor do mundo subiu de US$ 74 bilhões em 2017 para 216 bilhões atualmente. Resultando também em uma menor volatilidade, que é considerada por muitos como risco.
Por outro lado, com tamanho entusiasmo ao redor do Bitcoin, a rede se encontra em mais um momento “congestionado”, com a mempool comportando quase 80 megabytes (MB). Aproximadamente de 10 em 10 minutos, pouco mais de 1 MB em transações são confirmadas no blockchain e liberadas da mempool.
Por conta disso, a taxa média paga por transação acaba aumentando, chegando a atualmente 9 dólares, segundo o Bitinfocharts. Isso acaba por dificultar o uso diário da criptomoeda, pelo menos em transações comuns. No início do último mercado de baixa, muitos argumentaram que essa teria sido a razão para a alta da moeda não se sustentar.
Desta vez, a principal solução proposta pelos desenvolvedores é a Lightning Network, que teve sua primeira versão beta em março de 2018, e desde então já passou por 5 grande atualizações.
Diante das mudanças de fundamentos e de preço, o bitcoin continuará subindo ou o mercado está encontrando um novo topo? Deixe sua opinião nos comentários abaixo.