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Prova de Reservas da Binance gera opiniões controversas

Prova de reservas da Binance

A Binance, maior exchange de criptomoedas em volume de negociação, publicou sua Prova de Reservas (PoR – Proof of Reserves) com auditoria assinada pela empresa Mazars da África do Sul. A auditoria foi realizada no dia 22 de novembro de 2022 e sua publicação gerou opiniões controversas no mercado.

Prova de Reservas, uma “moda” boa

Após o colapso da FTX, ocasionado pela má gestão dos fundos de seus usuários e aplicação de reservas fracionárias nos depósitos confiados para a custódia da exchange de criptomoedas, muitas destas empresas começaram a realizar “provas de reservas” (Proof of Reserve – PoR) dos fundos em custódia.

Uma das primeiras empresas a implementar a prova de reserva foi a Kraken, de Jesse Powell, mesmo em uma época quando o mercado ainda não exigia esse tipo de comprovação para aumentar a credibilidade.

Com o objetivo de dar segurança aos clientes e conquistar uma parcela do mercado, essa “moda” parece estar “pegando” entre os grandes prestadores de serviços da indústria blockchain e, caso essa prática continue, toda a indústria só tem a ganhar – evitando cisnes negros como o da FTX, mais recentemente, da Bitgrail em 2018 ou da Mt. Gox em 2014.

Prova de Reservas da Binance gera polêmicas… De novo

No dia 25 de novembro, a exchange Binance lançou um sistema de prova de reservas, onde usuários poderiam verificar a “saúde” das carteiras da empresa. O sistema foi aplaudido por uns e criticado por outros. Entre os críticos, Jesse Powell (Kraken), um dos pioneiros na apresentação de prova de reservas na indústria cripto.

Na ocasião, o fundador da exchange Kraken disse que apenas verificar a liquidez dos ativos em carteira não era o suficiente, pois seria preciso considerar também os passivos da empresa (fluxos negativos de dinheiro que podem ter várias origens e motivos), como empréstimos de clientes, etc. O concorrente da Binance afirmou que isso só seria possível através de uma auditoria terceirizada.

O CEO da exchange, CZ, concordou com seu concorrente e parecia já ter se adiantado, já que no dia 22 de novembro a empresa Mazars, sediada na África do Sul, estava conduzindo essa auditoria sobre a saúde financeira através de prova de reservas da Binance.

O documento final, assinado pela firma, foi publicado no dia 07 de dezembro (quarta-feira).

Veja aqui o resultado completo: Prova de Reservas da Binance

Nesta nova Prova de Reservas da Binance, os auditores da Mazars afirmaram que existe uma “sobre-colateralização” das reservas da exchange, com cobertura de 101% dos fundos depositados – o que significa que a exchange seria capaz de honrar com todos os saques dos usuários na ocorrência de uma corrida bancária, com margem de segurança.

A representatividade de um terceiro “de confiança” não foi suficiente para agradar boa parte do mercado. Já que usuários questionaram a escolha de uma firma, até então desconhecida, para realizar a Prova de Reservas da Binance. Mazars possui apenas cerca de 2.000 seguidores no Twitter.

Usuário questiona escolha da Mazars para Prova de Reservas da Binance.

“Mazars? (…) Não havia auditor mais reconhecido do que a Mazars para fazer a auditoria, certo?”, comentou um usuário no Twitter.

A preocupação é válida, ao considerar o tamanho da Binance e sua capacidade de contratar qualquer outra firma de auditoria no planeta, com uma reputação mais conhecida e que poderia passar mais credibilidade.

Se juntando à polêmica, Powell novamente comentou sobre falhas no processo de auditoria, levantando, entre alguns pontos, o questionamento sobre a decisão de considerar ativos sintéticos supostamente cunhados com lastro no BTC pela própria Binance Smart Chain e BNB Chain, como BBTC (Binance Bitcoin).

“(…) OBVIAMENTE não é uma Prova de Reservas tradicional (…). Por que usar o valor colateral? Por que saldos negativos incluídos? Sem assinatura de carteira? Quem emite BTCB e BBTC?”

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