Enquanto a maioria dos investidores estão ansiosos e otimistas, alguns ficam preocupados com as possíveis consequências negativas do halving do bitcoin. Mas afinal, quais preocupações são realistas e quais são apenas mitos?
- Espiral da morte da mineração, o fim do Bitcoin?
- Rede congestionada e taxas mais altas?
- Ataque de 51%?
Espiral da morte: a mineração não se sustenta no longo prazo?
Um relatório de fevereiro de uma empresa de pesquisa focada em criptomoedas sugere que o custo médio da mineração de um bitcoin poderia quase dobrar e chegar a US$ 12.525 após o halving de hoje.
Isso significa basicamente que, se o preço da criptomoeda não subir para esses níveis, não será mais lucrativo para alguns mineradores continuarem no mercado. Logo, o hashrate cairia, ou em outras palavras, o Bitcoin ficaria menos seguro.
Além disso, todos sabemos que esse evento se repete de 4 em 4 anos, até que não sobre mais bitcoins para minerar, e então seria a morte do Bitcoin, certo? Na verdade, não é bem assim.
Os ganhos dos mineradores não se resumem a recompensa por bloco, mas também incluem as taxas de transações, então sempre veremos ganhos para os mineradores, mesmo após a rede deixar de encontrar novas moedas.
Além disso, existe no código um algoritmo que define (e ajusta) a dificuldade de mineração, e ela é proporcional ao hashrate, mas inversamente proporcional a rentabilidade da mineração.
Isso quer dizer que se a rentabilidade cair após o halving e o hashrate junto, a dificuldade deve se ajustar para baixo, deixando mais rentável para os mineradores que ficarem. Possivelmente, até mesmo proporcionando uma margem de lucro atrativa para novos mineradores entrarem no jogo.
Basicamente, o que o halving faz é tornar a mineração mais competitiva e eficiente.
Rede congestionada e taxas mais altas?
Voltando ao assunto dos ganhos dos mineradores, existe uma dúvida recorrente na comunidade de bitcoin: se os novos bitcoins vão acabar e só restarão as taxas, elas devem ficar cada vez mais altas?
Com o melhor esforço do ajuste de dificuldade de mineração do Bitcoin, essa atividade sempre será lucrativa, basta que fiquem apenas os mineradores eficientes o suficiente.
Mas, isso é uma pergunta difícil de responder para o futuro, se cada vez a rede tiver mais usuários, talvez só encontremos taxas baixas em tecnologias de segunda camada como Lightning Network ou mesmo em altcoins e sidechains.
Porém, existe algo provável de acontecer no curto prazo, depois do halving teremos cerca de 6 dias até que a dificuldade de mineração seja ajustada.
Isso significa que se o hashrate realmente cair, teremos congestionamento da rede por quase uma semana até que os blocos voltem a ser encontrados de 10 em 10 minutos.
Se esse cenário se concretizar, os usuários vão precisar mexer nos bolsos ou treinarem a paciência se quiserem usar bitcoins para realizar compras essa semana.
Nesse caso, salve a matéria “Como economizar nas taxas do Bitcoin“, isso vai ajudar.
Ataque de 51%?
Se você está preocupado com um ataque de 51%, a minha sugestão é que você use Bitcoin (BTC). Mesmo que o preço do Bitcoin não suba tanto, a rentabilidade caia, e logo o hashrate caia também, a rede vai continuar segura.
Se isso não aconteceu até hoje com o Bitcoin Cash, que possui um hashrate consideravelmente menor, a chance de acontecer com o Bitcoin, que é a criptomoeda com o maior nível de segurança, é muito baixa.
Além disso, atacar a rede é contraprodutivo, o Bitcoin foi desenhado para incentivar as melhores práticas, se você tem bastante poder computacional, por que não ficar minerando e continuar recebendo em bitcoins?
Mas apesar de tudo, pelo menos é bom ficar ciente que existe essa possibilidade, se 51% do hashrate estiver concentrado em apenas uma entidade, ela pode realizar um ataque à rede.