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Queda no preço do petróleo pode gerar quebra geral nos EUA

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Após a reunião da OPEC+ (cartel que detém boa parte da produção de petróleo no mundo) o preço do barril desabou na maior queda diária desde 1991.

Na reunião a Rússia resistiu a um corte mais profundo na produção do ouro negro. Na quinta-feira, às vésperas do último dia de negociações, a OPECemitiu mais ou menos um ultimato. Eles propuseram 1,5 milhão de barris por dia (mb / d) de cortes adicionais na produção e sugeriram que a OPEP não cortaria sozinha sem a participação da Rússia. “Não haverá acordo” sem a Rússia, disse o ministro do petróleo do Irã.

Moscou não aceitou o corte. Então na sexta-feira, todos foram embora e não houve acordo. Até o meio-dia da sexta-feira, o WTI caiu para US $ 42 e o Brent caiu para US $ 46, queda de 9%, o nível mais baixo em quase três anos. Todo o acordo da OPEP + está agora em dúvida.

Pior ainda para os preços do petróleo, os cortes de produção existentes, acordados há apenas alguns meses atrás, expiram no final do mês. Tal como está, os membros da coalizão da OPEP + poderiam aumentar a produção a partir de abril, exacerbando o excesso global e gerando mais uma queda.

Resistência de Moscou faz sentido

Mas a resistência da Rússia faz sentido. A demanda global está se contraindo para a maior da história – um choque de demanda pior do que o que ocorreu mesmo durante a crise financeira global.

O argumento russo parece ser: um problema do lado da demanda deve ser atendido com uma resposta do lado da demanda – via preços mais baixos. Ou, de outra forma: deixe o mercado resolver tudo. Como resultado, os preços do petróleo despencaram.

Xisto em perigo

Recentemente os Estados Unidos se tornaram exportadores de petróleo, principalmente graças ao xisto, de onde é extraído de maneira muito custosa o petróleo cru.

Contudo, a indústria de xisto nos Estados Unidos está em grande parte não lucrativa. Mas o pior é que o crédito pego no período entre 2015 e 2016 para financiar a extração de xisto está para vencer e as empresas norte-americanas de petróleo e gás têm mais de US$ 200 bi em dívidas sendo maturadas nos próximos 4 anos.

Sendo que 40 bilhões vão vencer nesse ano, e os preços do petróleo em queda podem dificultar o pagamento dessas dívidas ou até mesmo inviabilizá-las, visto que o ambiente de crédito mais difícil não permitirá um refinanciamento.

O que eu tenho a ver com isso?

O preço do petróleo/gás impacta na inflação geral de preços, visto que ele é matéria prima para roupas, insumos médicos, plástico em geral e combustível.

A diminuição no preço do petróleo global pode impactar no preço do arroz e feijão da sua casa.

Para os investidores da Petrobras a notícia de uma guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia é uma péssima notícia. Enquanto o Ibovespa cai 10% gerando um circuit break, as ações da Petrobras perdem 21,20% em poucas horas.

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