Cointimes

RELATORIO ANÁLISE ONCHAIN OUTUBRO 2025

Essa edição foi escrita pelo @obrunoliman e a equipe de pesquisa da Wesearch.

Esta é a versão resumida pelo Cointimes, leia a versão completa clicando aqui.

Outubro emerge como um mês de virada no mercado cripto, com o encerramento do quarto trimestre se aproximando, o setor mostrou sinais de que está entrando em uma nova fase.


Neste mês, o destaque foi uma liquidação histórica de aproximadamente US$19 bilhões, que varreu posições alavancadas após o anúncio de tarifas agressivas entre EUA e China, mantendo o mercado em alerta máximo. Em paralelo, o retorno institucional ao Bitcoin ganhou força, com entradas líquidas que ultrapassaram US$4 bilhões em ETFs — um sinal claro de redefinição da narrativa estrutural.

No cenário macro, a atenção se volta para o evento determinante: a reunião do Federal Reserve programada para o dia 29 de outubro, onde um corte de 0,25 p.p. já é amplamente precificado pelo mercado. Esse estímulo monetário pode ser o gatilho para um novo rally de final de ano, abrindo caminho para que novembro e dezembro registrem novas máximas históricas para o Bitcoin e outros criptoativos de destaque.


ETFS SPOT DE BITCOIN CONTINUAM ESCALANDO EM OUTUBRO

Os ETFs spot de Bitcoin mantiveram a trajetória de crescimento em outubro, consolidando o ativo como principal destino do fluxo institucional dentro do mercado cripto. Após um setembro que encerrou com entradas líquidas de cerca de US$3,5 bilhões, os fundos superaram essa marca com folga neste mês, acumulando mais de US$4,2 bilhões em aportes líquidos até o fechamento do período.

O destaque absoluto ocorreu no dia 6 de outubro, quando foi registrada a maior entrada diária do ano, ultrapassando US$1,2 bilhão em fluxos positivos, um sinal inequívoco de que a demanda institucional segue em plena expansão.

Mesmo que de forma moderada, o mês de outubro também foi marcado por um avanço no volume de Bitcoin sob custódia dos fundos institucionais. O total passou de 1,309 milhão para 1,341 milhão de BTC, o que representa cerca de 6,7% de todo o supply circulante da moeda — um novo recorde histórico de participação dos ETFs no total emitido.

Além de representar uma redução efetiva da oferta disponível no mercado à vista, esse movimento tende a fortalecer o piso de preço da moeda, ampliando o poder dos ETFs como mecanismo de absorção de liquidez e ancoragem do mercado. Caso o ritmo de entradas permaneça, a fatia dos fundos pode facilmente superar 7% do supply total ainda antes do fim do ano, consolidando o papel dos ETFs como catalisadores de longo prazo no ecossistema do Bitcoin.

Ainda falando de ETFs só que os spot de Ethereum, o mês de outubro trouxe sinais de recuperação após um setembro morno, evidenciando uma retomada gradual do interesse institucional no ativo. Os fundos encerraram o mês com aproximadamente US$ 500 milhões em entradas líquidas, um resultado positivo que, embora represente um avanço em relação a setembro, ainda permanece significativamente inferior aos volumes observados nos meses de agosto e julho, quando o entusiasmo com o ativo atingia seu auge no ciclo.

LONG-TERM HOLDERS: VENDA GRADUAL GANHA FORÇA EM OUTUBRO

O comportamento dos Long-Term Holders (LTHs) em outubro reforçou a tendência de realização gradual iniciada ainda em meados de julho. A métrica de Net Position Change — que mede o saldo líquido entre moedas acumuladas e vendidas por esse grupo — apontou um valor negativo de aproximadamente –347 mil BTC no mês, o maior patamar de saída desde o início do atual ciclo de distribuição de longo prazo.

Essa dinâmica mostra que, embora ainda não estejamos em uma fase de capitulação agressiva, os LTHs vêm aumentando consistentemente o ritmo de realização, reduzindo sua exposição de forma tática conforme o preço se estabiliza em regiões de alta lucratividade histórica. Em outras palavras, a pressão vendedora por parte desses investidores experientes tem se intensificado de maneira controlada, sinalizando redução progressiva de convicção ou, ao menos, rebalanço de carteiras diante do cenário macro mais volátil.

O que chama atenção é a ausência de sinais claros de retomada de acumulação por parte desse grupo. Semana após semana, a tendência de saída líquida persiste, afastando a possibilidade de um retorno imediato ao comportamento típico de hodling — padrão normalmente observado em fases de baixa ou em períodos de precificação subvalorizada.

Contudo, é importante ressaltar que a estrutura geral ainda está longe de uma distribuição de ciclo completa. A velocidade das vendas segue moderada em termos históricos, e a maior parte do supply de LTHs permanece inativo — o que indica que, apesar da pressão de curto prazo, o núcleo de investidores convictos ainda sustenta uma base sólida de suporte estrutural ao preço do Bitcoin.

VOLATILIDADE E ALAVANCAGEM: O COLAPSO DO EXCESSO

Outubro ficará marcado como um divisor de águas para o mercado cripto — o mês em que o mercado, coletivamente, entendeu o custo estrutural do excesso de alavancagem. A combinação de posições superexpostas, liquidez concentrada e volatilidade comprimida criou o cenário perfeito para o maior evento de liquidação da história do setor.

No dia 9 de outubro, o mercado presenciou uma liquidação total de cerca de US$ 19 bilhões em posições derivativas, dos quais impressionantes US$ 17 bilhões correspondiam a posições long. Esse episódio não apenas superou todos os recordes anteriores, como também evidenciou a fragilidade sistêmica criada por um ambiente de alavancagem excessiva, sustentado por otimismo desproporcional e uso massivo de produtos perpétuos.

flush de alavancagem foi rápida e brutal: em poucas horas, o preço do Bitcoin rompeu zonas de suporte críticas, provocando uma cascata automática de liquidações, principalmente em plataformas com menor profundidade de liquidez. O impacto não se limitou apenas ao Bitcoin — Ethereum, Solana e outras majors também sofreram liquidações em massa, intensificando o movimento e gerando um efeito dominó em todo o ecossistema.

O colapso de 9 de outubro não surgiu de forma aleatória — ele foi o resultado direto de um acúmulo prolongado de desequilíbrios estruturais nas posições alavancadas. Dias antes do movimento, já era possível observar uma discrepância significativa entre o volume de contratos long e short no mercado de derivativos. As posições compradas somavam aproximadamente US$ 74 bilhões, contra cerca de US$ 54 bilhões em posições vendidas, refletindo um sentimento extremamente otimista e um posicionamento unilateral dos traders em direção à continuidade da alta.

Esse tipo de desbalanceamento cria um ambiente de alta fragilidade sistêmica, em que qualquer catalisador — técnico, macroeconômico ou até mesmo comportamental — pode gerar uma reação em cadeia de liquidações. E foi exatamente o que ocorreu: o tweet de Donald Trump, que reacendeu preocupações políticas e econômicas nos EUA, funcionou como o gatilho que faltava para o colapso das posições sobrealavancadas.

Em questão de horas, o mercado viu as posições long despencarem de US$ 74 bilhões para menos de US$ 20 bilhões, um ajuste violento que eliminou grande parte da liquidez e forçou a liquidação automática de milhares de traders. A brutalidade do movimento evidenciou o efeito dominó típico de flushes de alavancagem, onde cada liquidação amplia a volatilidade, provocando novas liquidações em cascata.

Outro vetor que já chamava atenção nos dias que antecederam o colapso foi o Open Interest (OI) — a métrica que representa o valor total das posições de futuros abertas no mercado. Em outubro, o indicador atingiu um novo recorde histórico, chegando a aproximadamente US$ 94 bilhões, um patamar que refletia níveis extremos de exposição e apetite especulativo entre os traders.

Esse crescimento acelerado do OI, combinado ao desequilíbrio entre longs e shorts, era um claro sinal de superaquecimento estrutural. Quando o evento de liquidação foi deflagrado no dia 9, o efeito foi devastador: em poucas horas, o open interest global caiu para US$ 67 bilhões, representando uma redução de quase 30%, e um dos maiores movimentos de desalavancagem da história do mercado cripto.

Esse processo de deleveraging maciço teve impactos profundos na microestrutura de mercado. A liquidação forçada de posições reduziu drasticamente a pressão direcional, fez o funding rate retornar a níveis neutros e trouxe o mercado de derivativos de volta a uma base mais equilibrada e saudável.

A leitura atual do heatmap de liquidações revela uma mudança relevante no posicionamento do mercado derivativo. Após o intenso processo de desalavancagem em outubro, observamos agora uma predominância clara de posições vendidas (shorts), com cerca de US$ 109 bilhões em exposição, contra US$ 88 bilhões em posições compradas (longs).

Esse desequilíbrio sugere que o sentimento de curto prazo ainda é cauteloso ou defensivo, com traders tentando se proteger de uma possível retomada de volatilidade. Entretanto, historicamente, quando o mercado apresenta um acúmulo expressivo de shorts, o risco passa a ser de “short squeeze” — ou seja, uma reversão rápida forçada pela liquidação dessas posições, que podem atuar como combustível para movimentos de alta.

A concentração mais densa de liquidez identificada atualmente está na região dos US$ 126 mil, faixa onde há grande volume de stop-loss e liquidation clusters. Caso o preço continue sua trajetória ascendente nas próximas semanas, esse nível tende a se tornar um alvo natural para o mercado, à medida que algoritmos e formadores de mercado buscam capturar a liquidez disponível acima das zonas de resistência.

Em resumo, a atual estrutura de derivativos apresenta um potencial assimétrico de reversão: enquanto o excesso de shorts pressiona o sentimento, a concentração de liquidez em US$ 126 mil cria um “imã técnico” que pode acelerar o movimento caso o Bitcoin mantenha o viés de alta.
Essa configuração — predominância de shorts + liquidez acumulada acima do preço — costuma preceder movimentos explosivos de curto prazo, especialmente em períodos de liquidez reduzida e funding neutro.

Outubro de 2025 ficará marcado como um mês de redefinição estrutural para o mercado cripto. O que começou como uma continuação do otimismo de setembro terminou como um teste brutal de resiliência, liquidez e alavancagem, culminando no maior evento de liquidação da história — um verdadeiro divisor de águas que expôs os excessos especulativos e restabeleceu as bases de um novo ciclo de acumulação.

Novembro começa com um mercado mais leve, mais limpo e, acima de tudo, mais preparado para o próximo movimento estrutural de alta?

Bons Ventos,

Time de Analistas Cripto da Wesearch

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