Em um anúncio completamente inesperado, o atual diretor da SEC (a CVM dos Estados Unidos) Jay Clayton deu apoio a digitalização de ações no blockchain.
“Talvez todos as ações possam se tornar tokens em blockchain”
afirmou Jay à nova exchange INX no dia de hoje.
Sendo a primeira corretora de bitcoins dos Estados Unidos a ser autorizada pela Security Exchange Comission a lançar um ICO, a INX acredita piamente na adoção da tecnologia do blockchain.
Para eles, as vantagens do uso de blockchain em ações da bolsa são muitas, tanto para os reguladores quanto para o público:
“Em primeiro lugar, os reguladores, que estão apaixonados pelo contrato inteligente autônomo KYC / AML e pela lista de permissões, e que ambicionam saber quem é o proprietário de cada ativo e onde. O blockchain garante transparência.
Em segundo lugar, os emissores. Sim, os emissores preferem listar digitalmente devido à economia de custos inerente. Nenhum terceiro para cortar o pagamento de dividendos antes que eles cheguem às contas bancárias dos investidores. A capacidade de ver sua tabela de limites a qualquer momento. A capacidade de listar em diferentes geografias com algumas linhas de código, em vez de algumas linhas de advogados ao redor do quarteirão!
Finalmente, dos consumidores. O consumidor é muito importante. É o consumidor que já está desfrutando de propriedade fracionada por meio do Robinhood. É o consumidor que exige negociação 24 horas por dia, 7 dias por semana, especialmente o consumidor mais jovem que não entende por que os mercados fecham às 16h, apenas para abrir no dia seguinte às 9h30.”
A INX lançou seu ICO após 2,5 anos de trabalho com a parte técnica e jurídica da SEC. Ela também contou com o apoio de proeminentes “bitcoin maximalistas”, que foram acusados se venderem para o governo norte-americano pelos seus seguidores.
Brasileiros de olho nesse mercado
Mas não são apenas as empresas estrangeiras que estão de olho no mercado de digitalização de ações e investimentos no blockchain.
Em 2018, a brasileira Foxbit investiu pesado na então Kria para o desenvolvimento de um ecossistema de crowdfunding e digitalização no blockchain.
“A Kria é uma empresa que facilita a captação através de crowdfunding. A Foxbit sentiu as mesmas dificuldades para captação de investimentos no começo de sua vida. Olhando o mercado hoje em dia, a Foxbit pode auxiliar indiretamente o ecossistema de startups”. afirmou João Canhada, CEO da Foxbit.
Apesar do espírito empreendedor, o Brasil continua atrasado em relação ao mundo e a digitalização via blockchain até o momento não foi cogitada por nenhum grande nome da autarquia brasileira de Valores Mobiliários.