Em um recente telefonema, o Presidente dos EUA Donald Trump disse que “espera que a Arábia Saudita e a Rússia reduzam suas produções de petróleo em até 10 milhões de barris”, após negociar com o príncipe Mohammed Bin Salman nesta quinta-feira.
Just spoke to my friend MBS (Crown Prince) of Saudi Arabia, who spoke with President Putin of Russia, & I expect & hope that they will be cutting back approximately 10 Million Barrels, and maybe substantially more which, if it happens, will be GREAT for the oil & gas industry!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) April 2, 2020
Porém, o porta-voz de Putin Dmitry Peskov disse que seu presidente ainda não teria conversado com o príncipe. Além disso, a Arábia Saudita ainda não confirmou nenhum corte de produções; pelo contrário, teria requisitado uma “reunião emergencial” da OPEC com a Rússia e outros.
Caso Trump queira dizer “10 milhões de barris POR DIA”, isso iria igualar Moscou e Riade freando em até 45% de suas produções – uma ação sem precedentes que trouxe ceticismo aos mercados.

Até agora, Riade deixou claro que está pronta para cortar a produção, contanto que outros produtores de petróleo, incluindo alguns fora do OPEP+ (EUA, Canadá e Brasil), também reduzam sua produção.
OPEP+ refere-se a uma aliança anterior entre a OPEP e a Rússia para estabelecer níveis de produção.
Embora Riade não tenha elaborado uma lista formal, no passado a OPEP+ havia convidado grandes produtores de petróleo americanos, Brasil e Canadá para suas reuniões; porém, ambos discordaram.
A OPEP também convidou a Comissão Ferroviária do Texas, que regula a indústria de petróleo no estado, para participar de suas reuniões.
Sem espaço pra estocar “ouro preto”
“O mercado está começando a sinalizar que não apenas não há demanda para esse petróleo, mas também não há para onde ir”
Analista de energia da Neuberger Berman Jeff Wyll
Em outras palavras, instalações de armazenamento, refinarias, terminais, navios e oleodutos podem eventualmente atingir capacidade máxima – algo que não acontece desde 1998, segundo o Goldman Sachs.
Embora os principais preços do petróleo, como o West Texas Intermediate e Brent, estejam sendo negociados ao norte de US$20 por barril, alguns preços regionais caíram recentemente em território de um dígito.
Isso é especialmente verdadeiro para os tipos de petróleo sem litoral, onde o acesso ao armazenamento é ainda mais complicado.
“A demanda está caindo tão rapidamente em relação à oferta que, em breve, o principal problema de muitos produtores não será se eles podem garantir lucro operacional, mas sim se podem encontrar uma saída para o petróleo.”
JBC Energy em um relatório na terça-feira.
Com essa queda no preço do petróleo e a pancada que a Petrobrás sentiu, como o Brasil vai se recuperar da crise em 2020? Veja o que tem a dizer o Itaú, o maior banco da América Latina: