“O mundo está se precipitando para uma crise de fome sem precedentes”, abre a matéria da Bloomberg sobre uma das maiores tragédias que podem acontecer no nosso século.
Milhões passando fome
Dados da Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) sugerem que a pandemia pode fazer até 132 milhões de pessoas a mais passarem fome até o final de 2020, mas o que torna a situação ainda pior é que produzimos excedente de alimentos.
“Além da fome, um número crescente de pessoas teve que reduzir a quantidade e a qualidade dos alimentos que consomem. Dois bilhões de pessoas, ou 25,9% da população global, passaram fome ou não tiveram acesso regular a alimentos nutritivos e suficientes em 2019. Essa situação pode se agravar se não agirmos imediatamente e com ousadia.”
, afirma relatório recente da FAO.
“No Queens, em Nova York, as filas que serpenteiam em torno de um banco de alimentos duram oito horas, enquanto as pessoas esperam por uma caixa de suprimentos que pode durar uma semana, enquanto os agricultores na Califórnia estão arando alface e frutas que apodrecem nas árvores de Washington.” afirmou a Bloomberg. A situação se repete na China, Nigéria e Filipinas, onde problemas de logística destroem grandes quantidades de carne e arroz.
Já na América do Sul, a Venezuela está à beira da fome. Enquanto no Brasil, o preço dos alimentos básicos como arroz, feijão e carne não param de subir, assustando os consumidores. A América Latina, uma região rica em agricultura que exporta alimentos para o mundo, está liderando o aumento da fome neste ano, de acordo com o PMA da ONU.
O lockdown, mesmo que parcial, destruiu a cadeia logística, fechando restaurante, bares e outros estabelecimentos que serviam para escoar os alimentos para a população. Sem eles, os produtores não têm para quem vender, mesmo havendo demanda. Como resultado, a comida apodrece enquanto milhões passam fome.
Além disso, os custos logísticos de transportar o excedente de comida para regiões remotas do globo torna impraticável uma distribuição mais adequada dos alimentos.
Fome matará mais que o Covid
De acordo com estimativas da organização sem fins lucrativos Oxfam, até 12 mil pessoas podem morrer de fome por dia ligadas a problemas logísticos causados pelo Covid19. Potencialmente, a fome matará mais pessoas que o próprio vírus.
A pandemia ajudou a revelar problemas sociais, como a extrema desigualdade. Enquanto os mercados financeiros se beneficiam dos trilhões de dólares impressos pelo FED, milhões de pessoas perderam seus empregos e não têm o suficiente para se alimentar no final do dia.
As previsões iniciais das Nações Unidas mostram que, na pior das hipóteses, cerca de um décimo da população mundial não terá o suficiente para comer este ano. O impacto vai além da fome, já que milhões de pessoas também podem experimentar outras formas de insegurança alimentar, incluindo a impossibilidade de pagar por dietas saudáveis, o que pode levar à desnutrição e à obesidade.
“É inaceitável que, em um mundo que produz alimentos suficientes para alimentar toda a sua população, mais de 1,5 bilhão de pessoas não possam pagar uma dieta que atenda aos níveis necessários de nutrientes essenciais e mais de 3 bilhões de pessoas não possam pagar nem mesmo a dieta saudável mais barata. Pessoas sem acesso a dietas saudáveis vivem em todas as regiões do mundo; portanto, estamos enfrentando um problema global que afeta a todos nós.”
afirmou a Food and Agriculture Organization of the United Nations
FAO recomenda cortar impostos, Bitcoin pode ajudar
O relatório da FAO dá diversas diretrizes para melhorar a dieta da população e diminuir o número de pessoas passando fome. Dentre eles, um dos mais importantes é a diminuição de tarifas de importação.
Leia também:
- Exchange vai redistribuir US$18 milhões apreendidos da ditadura venezuelana
- Projeto usa Bitcoin Cash para doar alimentos aos mais pobres na Venezuela
- Após pressão, Grayscale defende Antifas e retira propaganda de programa de TV
“Em muitos países da América Latina e do Caribe, as importações de carne de frango estão sujeitas a tarifas de importação, protegendo os produtores domésticos de aves de importações mais baratas….Embora essas políticas tenham sido eficazes na eliminação das importações, também aumentaram o preço local do frango no varejo, tornando uma das principais fontes de proteína animal menos acessível ao consumidor.”
aponta relatório da ONU
Mesmo não sendo recomendado pela FAO, o Bitcoin (BCH) tem ajudado milhares de pessoas pelo mundo com a proposta de ser um dinheiro peer-to-peer, descentralizado e sem fronteiras.
Uma das maiores iniciativas é a eatBCH, que tem alimentado milhares de venezuelanos ao longo dos últimos 2 anos.
Apesar de não ser a panaceia para os problemas do mundo, as criptomoedas ajudam a diminuir a burocracia e as taxas na distribuição de doações internacionais.