A Visa antecipou a intenção de aceitar pagamentos em bitcoin no Brasil em março. Agora, a empresa está de olho em um mercado que movimentou US$ 1 bilhão no primeiro semestre.
A adoção do bitcoin não chega a ser algo tão novo para a companhia, que já opera com 180 moedas diferentes e possui mais de 70 milhões de estabelecimentos em todo o mundo.
A ideia agora é levar a expertise em segurança para o mundo das criptomoedas, como disse Eduardo Abreu, vice-presidente de novos negócios da Visa no Brasil ao SeuDinheiro.
“A grande vantagem da adoção do bitcoin é, sem dúvida, a facilidade”, afirma Abreu. “Sem precisar trocar uma moeda fiat [“fiduciária”, a moeda corrente do país], existe uma otimização das trocas na hora de usar bitcoin.”
Cartão visa com Bitcoin
A Visa já trabalha com algumas corretoras e empresas para lançar um cartão conectado à conta. No Brasil, três nomes estão no projeto: Zro Bank, Alterbank e Rippio.
Entretanto, a ideia é dar um passo adiante e aproximar ainda mais as criptomoedas da vida financeira diária das pessoas, conectando a conta nos bancos convencionais com a tecnologia em criptomoedas.
Abreu explicou que a Visa tem planos de desenvolver aplicações (APIs) para unir os bancos tradicionais com os produtos cripto. Assim, seria possível fazer investimentos em criptomoedas e ações, ETFs, entre outros, dentro de uma mesma plataforma.
Atualmente, os cartões de crédito com Bitcoin funcionam da seguinte maneira: 1. O bitcoin (ou outra criptomoeda) é convertido em moeda corrente; 2. A moeda vira um saldo na conta da corretora; e, 3. O usuário usa o saldo para pagar a conta.
Com a adoção do bitcoin como moeda, a transação seria direta. Ou seja, a conta é paga com uma redução direta no saldo de bitcoins. Isso torna o processo mais barato, rápido e seguro.
Cashback em criptomoedas
Segundo o vice-presidente de negócios da Visa no Brasil, a empresa estuda lançar um cartão de crédito com cashback em cripto. Analisando um estudo recente, a empresa percebeu que 60% dos norte-americanos têm interesse em fazer compras em bitcoin e criptomoedas.
A pesquisa ainda mostrou que 59% das pessoas que têm ou já tiveram cripto usariam as moedas como meio de pagamento se houvesse alguma forma de desconto.
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Aqui no Brasil, essa tendência também se intensifica, pois o pagamento digital cai cada vez mais na graça dos brasileiros.
Segundo outro levantamento da bandeira Visa, o Brasil aparece na terceira posição no ranking dos países da América Latina e Caribe com maior percentual de compradores digitais na região. Os dados são do Visa Digital Score, modelo estatístico desenvolvido pela Visa Consulting Analytics para analisar as tendências e os impactos das transações on-line.
Do total de portadores de cartão na América Latina e no Caribe, 40% usam pagamentos digitais em suas compras de e-commerce ou em aplicativos. Dentro desse grupo, 5% de todos os consumidores se enquadram no perfil “high digital”, aqueles que compram predominantemente no comércio digital.
A adoção do bitcoin como uma “moeda internacional” ainda enfrenta alguns entraves, mas as empresas de serviços financeiros já perceberam que a demanda por meios de pagamentos digitais e criptomoedas está aumentando. O fato da Visa, multinacional americana de serviços financeiros, querer se inserir neste mercado nos diz muita coisa.
Ainda em terras nacionais, a empresa afirmou também que está desenvolvendo uma plataforma de pagamentos B2B com a tecnologia blockchain, além de algumas iniciativas em NFT. No final de agosto, a Visa comprou um NFT inaugurando a “nova era”, entenda.
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