O Bitcoin está próximo de alcançar a marca dos 1 trilhão de dólares de market cap, um valor de mercado que começa a ser relevante para a economia mundial. Agora, a principal criptomoeda do mundo tem um objetivo proporcional à sua disrupção: se tornar a grande reserva de valor da humanidade. Nesse cenário, o que mudaria no mundo?
1) Fim do padrão dólar
Os Estados Unidos possuem uma enorme vantagem econômica em relação aos demais países. Isso ocorre pois o dólar americano foi escolhido como a reserva de valor mundial após o acordo de Bretton Woods.
Com o BTC se tornando o padrão mundial, os EUA perderão muito do poder econômico que possuem hoje. Porém, não se engane acreditando que o país deixará de ser uma grande potência monetária.
Atualmente, mesmo os EUA não sendo o lugar que mais adotou o BTC na economia real, ele é o país que mais movimenta bitcoins no mundo. Isso ocorre justamente porque eles são a economia mais rica do planeta, e possuem uma moeda mais usada que as demais emitidas por outros bancos centrais.

Mas afinal, quem serão os grandes beneficiados nesse cenário de ampla adoção?
2) Maior transferência de renda da história
Essa provavelmente será a maior transferência de renda da história da humanidade. E os que mais ganharão com esse fluxo de capital sendo alocado na criptomoeda são os indivíduos, empresas e governos que a adotarem primeiro.
Os bitcoiners seriam os novos cripto-bilionários do mundo, empresas como a Microstrategy e a Tesla, que converteram parte ou todo o balanço do seu caixa em BTC aumentariam exponencialmente de valor e teriam grandes reservas em caixa para financiar suas operações. Isso sem a necessidade de utilizar nenhuma moeda fiat para intermediar pagamentos.
Também veremos uma transferência de renda da geração mais velha, que normalmente é mais avessa à adoção de novas tecnologias para os millennials e gerações mais jovens, que tendem a serem os primeiros a adotá-la.
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3) Satoshi se torna a pessoa mais rica da história
Satoshi Nakamoto entraria não para a lista das pessoas mais ricas do mundo, mas para a lista das pessoas mais ricas da história. O título de homem mais rico da história é atribuído por pesquisadores ao Rei Salomão, e grande parte do seu dinheiro veio justamente por conta do controle da moeda vigente na época, o sal.
Acredita-se que Satoshi seja dono da misteriosa carteira que possui 1 milhão de bitcoins, representando cerca de 4,7% dos bitcoins que existirão na história, isso se não desconsiderarmos os bitcoins que estão perdidos para sempre.
Nesse cenário, Satoshi terá a capacidade de construir obras faraônicas e um poder econômico concentrado em uma única pessoa, ou pequeno grupo de pessoas, provavelmente nunca visto na história moderna. Será que algum dia ele voltará a movimentar as suas moedas?
4) Taxas altíssimas
A blockchain do Bitcoin possui um limite relativamente baixo de transações permitidas. A rede foi construída dessa maneira para que ela permaneça segura e descentralizada. Por conta disso, o o BTC possui taxas de transação muito altas, e elas tendem a aumentar cada vez mais no futuro.
Porém, isso não é tão apocalíptico quanto aparenta ser, e já foi previsto por Hal Finney há muitos anos, um dos nomes mais importantes da história do Bitcoin.
Finney previu que para que a criptomoeda continue descentralizada, deveria haver camadas secundárias que otimizem as transações na rede principal. Ele chegou a afirmar que bancos centrais poderiam usar o bitcoin como um lastro para a emissão de moedas próprias, exatamente como ocorria com o ouro no passado.
Outras soluções, como a Lighting Network, ou mesmo a criação de layers privados podem surgir. A rede principal estaria então reservada para grandes transações e coisas mais importantes.
A blockchain pública do BTC seria utilizada para provar que de fato as instituições possuem a quantidade de dinheiro que dizem ter, um problema que sempre existirá com o ouro. Há muitas especulações de quanto ouro existe de fato no mundo, pois se você o não possui fisicamente, você não tem a garantia que de fato ele existe, um problema resolvido pelo Bitcoin.
5) Uma nova era de prosperidade
As bases da economia e do dinheiro mudariam completamente. Sairíamos de um sistema monetário construído sobre um castelo de cartas e entraríamos para a era do ‘hard money’, com uma moeda escassa e resistente sendo o padrão mundial. Para entender esse movimento, precisamos olhar para o passado.
A história monetária moderna se confunde muitas vezes com a história dos Estados Unidos e do dólar americano. Três importantes eventos que envolveram diretamente os Estados Unidos, marcaram a história do dinheiro e mudaram completamente as bases e os rumos da economia e da vida moderna. São eles:
1) A criação das reservas fracionárias
2) O fim do padrão ouro
3) A economia das dívidas
A princípio, o dólar americano em sua origem, nada mais era do que um título lastreado em ouro. Em última análise, US$35 dólares poderiam ser convertidos em uma 1 Oz do metal amarelo. Isso tornava o dólar uma moeda forte, visto que a emissão do título era limitada pelas reservas de ouro do país. Seria o dólar originalmente apenas um derivativo de ouro?
A regularização das reservas fracionárias foi o primeiro passo para a destruição do poder da moeda. Uma prática que era atribuída a banqueiros corruptos, tornou-se uma política de estado, permitindo com que existisse de fato mais dinheiro na economia real do que a soma geral das poupanças.
O segundo ponto foi o fim da paridade do dólar com o ouro após decisão unilateral dos Estados Unidos de romper o acordo de Bretton Woods, que estabelecia o dólar como padrão mundial. Para muitos, isso era algo inevitável, pois as reservas de ouro do governo não podiam mais justificar o total de dólares existentes.
E o terceiro ponto, é a criação de uma economia baseada em dívidas praticamente impagáveis e a depreciação das taxas de juros, que hoje são definidas artificialmente pelos bancos centrais.

Se os juros são o valor do dinheiro no tempo, e as taxas de juros estão próximas a zero, quanto vale o nosso dinheiro?

O fim da paridade do dólar com o ouro após o rompimento do acordo de Bretton Woods em 1971, influenciou toda a macroeconomia das décadas seguintes. Esse marco causou um descolamento entre o aumento da produtividade e o valor pago pelo trabalho realizado. Essa é apenas uma das métricas que podem ser encontradas no site WTFHapppend1971.
Uma quarta etapa da história do dinheiro parece estar surgindo, a era Bitcoin. Esse evento criaria as bases para uma nova economia mais sólida e resistente, onde os juros correspondem às poupanças e a moeda não pode mais ser desvalorizada. Até onde isso pode elevar a humanidade? Isso é algo que veremos no futuro.
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