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A crescente e insustentável dívida Chinesa

Ícone de ditador chinês
No início do mês o Partido Comunista Chinês (PCCh) completou 100 anos de existência e em ‘homenagem’ o BlockTrends resolveu expor alguns dados macroeconômicos por trás do crescimento ascendente do maior regime totalitário vigente no mundo. 

O dia de ontem foi marcado para a história como o centenário do Partido Comunista Chinês (PCC), mas o presente da entidade responsável pelo comando de uma das maiores potências mundiais veio com antecedência, em forma de superação da dívida nacional.

A relação dívida/PIB da China é um número impressionante, com a dívida chegando no total de 280% do PIB do país. O endividamento é uma tendência global crescente em grande escala e muito adotada por países emergentes, mas em níveis um tanto quanto inferiores ao apresentado pelos chineses.

Para dados de referência, a dívida pública brasileira atualmente gira em torno de 84,5%, após muitos esforços do governo para que esse número não atingisse os 100%. Claro que não podemos utilizar essa comparação para realizar afirmações econômicas de efeito, afinal, as discrepâncias são imensas entre os países. Mas a disparidade dos níveis dados exemplificam o quanto o PCCh usou e ainda usufrui desse artifício em tentativa de amplificar sua economia.

Como mencionado, a dívida Chinesa equivale a 280% de seu PIB, sendo que só em fevereiro deste ano esse número cresceu 15%. Esse gigantesco número é o resultado de um lento crescimento catalisado por choque exógenos. A crise financeira global forçou a China a obter muitas dívidas e a pandemia de COVID-19 só aumentou esse estresse econômico,

Os choques exógenos da pandemia COVID-19 em particular exibiram os mesmos temas gerais que vimos em todo o mundo, resultando em níveis mais baixos de demanda e produção econômica.

A diferença é que na China há uma abundância de empresas estatais, e o PCCh tem autoridade direta sobre seu povo e negócios.

Dessa forma, quando as dificuldades chegaram, o governo incentivou essas empresas estatais e os governos locais a se manterem à tona, gerando mais dívidas por meio da política fiscal.

Como o PCCh pode ditar para onde o financiamento fiscal é direcionado, grande parte da política fiscal da Crise Financeira Global à pandemia de COVID foi direcionada à construção de novas infra-estruturas. Mas o crescimento não teve uma recuperação tão dinâmica quanto esperada ou antecipada e, portanto, não foi eficaz em reduzir a dívida crescente da China.

E sim, tivemos estímulo fiscal nos Estados Unidos, mas em vez de focar na infraestrutura nos estágios iniciais da recessão, o estímulo fiscal teve como objetivo ajudar as famílias a pagar aluguel e contas e aliviar empresas privadas de algumas de suas dívidas e encargos fiscais .

E por falar por famílias e sociedade no geral, o governo chinês não é o único com problemas – a dívida doméstica da China também está aumentando. Em fevereiro deste ano, a dívida das famílias chinesas aumentou 16,3%.

À semelhança do que aconteceu nos Estados Unidos e outros países, a China apelou ao aumento do consumo para aumentar a procura.As famílias na China não estão tão bem como as dos Estados Unidos. A renda na China é ⅙ do que é nos Estados Unidos, e o PIB per capita da China é de meros US $ 10.262 (nas estimativas de 2019), o que significa que as famílias precisam tomar muito dinheiro emprestado se quiserem consumir mais.

Diante de um período de transição já difícil, aumentar o consumo das famílias por meio do endividamento em excesso significa maior rigidez e acarreta maiores problemas.

Mas o problema doméstico é mais profundo do que apenas a dívida.

A China também enfrenta uma crise demográfica, levando a mudanças estruturais. Assim como a tendência mundial, a população trabalhadora da China está diminuindo, e deve continuar diminuindo, e a escassez de mão de obra está se tornando evidente.

Enquanto a China tenta mudar de uma economia baseada na manufatura para indústrias baseadas em mais habilidades e serviços, a escassez de mão de obra só continuará a crescer no curto prazo.Isso é o resultado de disparidades em habilidades e salários, uma vez que novos setores exigem novas habilidades, novos diplomas universitários e novos conjuntos de experiência que levam tempo para serem desenvolvidos.

Quando a oferta da força de trabalho disponível é grande, mas amplamente não qualificada, e a demanda cresceu em outros setores, vemos o surgimento de escassez de mão de obra – tudo sendo ainda mais exasperado por uma força de trabalho geral já em declínio.

Além do endividamento, a escassez de mão de obra também é um problema que vemos em todo o mundo.Novamente, como mencionei acima, o que está acontecendo com a dívida chinesa é importante porque a China não é um caso isolado. Nações em todo o mundo estão lutando com o aumento da dívida nacional.

Como a China resolve seu problema de dívida?

É amplamente insustentável a China continuar a gerir sua economia adotando esses níveis de endividamento no futuro, e como já mencionado, as mudanças demográficas complicam ainda mais a situação chinesa afetando a produtividade e o crescimento.

Portanto, se vê necessário a tomada de algumas medidas.

Análogo a essa situação, o Japão fez uma abordagem de “década perdida”, minando sua economia em prol de um ajuste fiscal. Mas vamos adotar um consenso, não é muito lá a cara da China perder poder e produtividade.

Alguns formuladores de políticas na China propuseram outras soluções e sugerem que o declínio do investimento deve ser substituído pelo aumento do consumo, a fim de impulsionar o crescimento do PIB, uma abordagem em uma dinâmica bem Keynesiana.

Para entender essa abordagem é necessário conhecimento prévio de economia. Então, consideramos que a equação do PIB é constituída de Consumo + Investimento + Despesas do Governo + Exportações Líquidas.

Assim, mantendo as exportações líquidas constantes, isso significa que, como o investimento está diminuindo e não pode ser aumentado por meio de medidas artificiais, os gastos do governo podem ser canalizados para o consumo das famílias na tentativa de aumentar a produtividade, gerando uma demanda artificial que alimenta o PIB com base no consumo interno.

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