Nesta quarta-feira (27) a capitalização de mercado das criptomoedas caiu quase US$ 200 bilhões em um dia, o Bitcoin (BTC) caiu quase 7% e a maioria das altcoins o seguiu. Com exceção da Shiba Inu, que atinge um novo recorde de preços.
Segundo o índice de alavancagem do mercado de criptomoedas, o aumento do apetite pelo risco do investidor reflete o acúmulo de alavancagem excessiva que estamos vendo agora. Entenda como este cenário pode impactar no preço dos ativos aqui no Resumo de Mercado.
Ganância e apetite pelo risco
O Bitcoin está sendo negociado com um tom pesado em meio a sinais de excesso de alavancagem e ganância no mercado.
A maior criptomoeda por valor de mercado caiu nesta manhã (27) até US$ 59.000 – R$ 331.000 nas principais corretoras brasileiras – o que representa até o momento, uma queda de 6,31% no dia.
É uma queda de 12,36% em relação ao recorde da semana passada de US$ 67.277, como mostram os dados do CoinGoLive.
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Uma retração estava atrasada, e mais volatilidade de baixa pode ser iminente, de acordo com analistas. “O índice de alavancagem estimado está prestes a atingir o máximo do ano. Parece óbvio que o mercado está superexplorado agora ”, disse Ki Young Ju, CEO da empresa de análise de dados CryptoQuant. “Veremos alguma volatilidade com grandes liquidações em breve.”
O índice de alavancagem estimado é calculado dividindo os juros em aberto de futuros em todas as bolsas pelas reservas de bitcoin nas bolsas. Os contratos em aberto referem-se ao número de contratos negociados, mas não enquadrados numa posição de compensação.
O índice mostra essencialmente o grau de alavancagem de um investidor médio. Embora um índice em alta indique aumento do apetite pelo risco, um número muito alto reflete o acúmulo de alavancagem excessiva e atingiu altos índices de preços no início deste ano.
O índice de alavancagem está atualmente em 0,19, o maior desde novembro de 2020. Mesmo com esse patamar de risco, parece que os investidores do mercado de criptomoeda não se intimidaram. O índice de Medo&Ganância mostra que os investidores ainda se sentem muito otimistas com todo esse nível de risco.
A capitalização de mercado do ativo digital caiu para US$ 1,11 trilhões, mas sua dominância sobre as altcoins ainda permanece em torno de 43%.
O Bitcoin “faz pouco sentido como moeda”, diz economista
Como agora faz parte da agenda dos políticos brasileiros discutirem sobre o Bitcoin, nesta terça-feira (26) em audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, três palestrantes reunidos concluíram que a eventual adoção de uma moeda digital oficial no Brasil exigirá a participação do Congresso Nacional em alterações nas normas que tratam do Banco Central, do sistema financeiro e do mercado de câmbio.
O debate foi sugerido pelo deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. Entretanto, os trabalhos na tarde de ontem foram coordenados pelo deputado Hildo Rocha (MDB-MA).
Presente na reunião também estava o professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (Eaesp) da Fundação Getúlio Vargas Eduardo Diniz, que elogiou a cautela do Banco Central prevendo a eventual adoção do Real Digital daqui a dois ou três anos. “Poderá ser antes ou depois, é preciso ver como essa possibilidade evoluirá no mundo.”
“Faz pouco sentido [ter bitcoin] como moeda” afirmou Eduardo Diniz, professor da EAESP ao falar sobre a adoção do bitcoin em El Salvador. Na visão dele, faz pouco sentido pois os Estados não estariam dispostos a abrir mão das moedas nacionais.
Diniz é a favor do monopólio do setor público sob a moeda e plataformas de pagamento para que o Estado garanta a livre competição. Ele comenta, em audiência na Câmara dos Deputados, os possíveis problemas em deixar nas mãos de empresas privadas o sistema de pagamentos:
“Por outro lado, essas plataformas tecnológicas têm um risco muito alto de concentração… é uma situação em que o Estado tem que retomar o controle dessas situações para evitar problemas futuros” – afirmou o professor
Shiba Inu atingiu um novo recorde de preços
Da mesma forma que o BTC, a maioria das moedas alternativas também caíram feio nesta manhã. O Ethereum (ETH), por exemplo, caiu para menos de US$ 4.016 depois de quase ter alcançado um recorde de preço, horas atrás.
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No entanto, existem algumas exceções óbvias. Shiba Inu (SHIB) subiu mais de 20% em um dia. Além disso, os ganhos do SHIB estavam bem acima de 30% apenas algumas horas atrás – antes da queda em todo o mercado. Consequentemente, o token do meme atingiu um novo recorde histórico e é negociado a US$ 0,000054.
Outra exceção é projeto Aave (AAVE), que cresceu 10,4% em uma escala de 24 horas e atualmente está acima de US$ 371.
O resultado das principais altcoins nas últimas 24 horas é o seguinte: Ethereum (-5,19%), Binance Coin (-7,42%), Cardano (-10,23%), Solana (-10,25%), Ripple (-9,46%), Polkadot (-5,42%), Dogecoin (-13,24%), Shiba Inu (+24,62%), Terra (-9,16%), Avalanche (-13,26%) e Chainlink (-8,34%).
A capitalização de mercado acumulada de todas as criptomoedas caiu para US$ 2,57 trilhões.
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