O banco Itaú, o maior da América Latina, fez uma transação multimilionária utilizando o blockchain.
A transação milionária foi uma captação do Itaú com os bancos Wells Fargo e Standard Chartered, 50 milhões de dólares para cada banco. Foi a primeira vez que um empréstimo sindicalizado (onde um grupo de bancos se junta para financiar transações) foi executado em blockchain na América Latina. Esse empréstimo é um marco na maneira em que os bancos se comunicam entre si.
Para essa transação ocorrer foram necessários 6 meses de negociações, envolvendo áreas jurídicas, análises regulatórias e integração tecnológica. Os bancos utilizaram a tecnologia do consórcio R3 (já falamos dele aqui), chamada de Corda Connect. Nela as empresas envolvidas conseguem autenticar, fazer o upload de documentos, revisá-los e garantir a segurança e autenticidade dos dados.
Em entrevista para o Valor, Ricardo Nuno, diretor de tesouraria banking do Itaú ressaltou a eficiência do blockchain:
“Entre todas as tecnologias que surgiram nos últimos anos, o blockchain é a que faz mais sentido realmente para os bancos, porque demoramos muito tempo trocando documentos e e-mails.”
A ideia dos bancos envolvidos é aumentar o uso do blockchain para esse tipo de empréstimos, que geralmente são usados para financiar aquisições e ajudar no capital de giro.
Banco Itau x bitcoin:
Apesar da tecnologia do blockchain ter surgido a partir do Bitcoin, o banco Itaú é conhecido no mercado de criptomoedas por ser contra o uso desse ativo.
O Itaú fechou diversas contas de várias corretoras de bitcoin, nós cobrimos essa briga no Minuto Cointimes 22, vale a pena conferir:
Essa não é a primeira iniciativa do Itaú com blockchain, no começo do ano eles lançaram o “Blockchain Collateral”, ferramenta que permite aos bancos negociarem garantias. É sabido que o Bradesco e o Itaú estão trabalhando em conjunto com a Bovespa na criação de uma plataforma em blockchain.