Cointimes

CEO da Ripple critica tribalismo do bitcoin, entenda as tribos do mercado cripto

brad ripple

O CEO da Ripple, Brad Garlinghouse, disse que o “tribalismo” dos entusiastas de criptomoedas, incluindo o bitcoin, é prejudicial para o cenário mais amplo das criptos.

A capitalização de mercado das criptomoedas está atualmente em 2 trilhões de dólares, mas toda a indústria está vendo um crescimento mais lento devido ao tribalismo dos entusiastas. É o que diz Brad Garlinghouse, CEO da Ripple, empresa que desenvolve o token XRP.

Garlinghouse admitiu em entrevista à CNBC que possui bitcoin, ethereum e diversas outras criptomoedas, e disse acreditar que há espaço para diversas soluções diferentes emplacarem como bem sucedidas.

Porém, existem no mercado de criptomoedas os chamados maximalistas, aqueles que veem sucesso em apenas um projeto. Os mais vocais são os maximalistas de Bitcoin, muito por conta do efeito de rede e o desenvolvimento de segundas camadas que podem absorver tecnologias das criptomoedas alternativas para ele.

Alguns nomes relevantes como Jack Dorsey, ex-CEO do Twitter, Michael Saylor, CEO da MicroStrategy e Adam Back, CEO da Blockstream, são maximalistas de Bitcoin. Mas essa não é uma exclusividade do Bitcoin, diversas criptomoedas possuem suas próprias tribos e podem ser bastante intolerantes a novas ideias ou críticas.

Para Garlinghouse, o maximalismo tem sido prejudicial inclusive na hora de fazer lobby com os legisladores em Washington, uma prática legal nos EUA. Segundo ele, há uma chocante falta de coordenação por parte dos empreendedores do mercado cripto.

Vale lembrar que a Ripple enfrenta um processo da Comissão de Valores dos EUA (SEC, na sigla em inglês) desde dezembro de 2020. Segundo Garlinghouse, o desenrolar do processo tem sido melhor do que o esperado para a empresa, disse ele sugerindo uma possível vitória da Ripple.

Regra da minoria intolerante

Embora o CEO da Ripple veja a falta de coordenação com bons olhos, afinal isso afeta o seu empreendimento indiretamente, alguns encontram na intolerância uma forma de sobrevivência.

O tribalismo do Bitcoin inclusive justifica a tese de investimento de algumas pessoas, pois uma minoria convicta pode influenciar uma maioria no futuro. O investidor brasileiro e educador de finanças Bruno Perini comentou sobre isso no Twitter:

“REGRA DA MINORIA E #bitcoin

Quem manda no mundo não são as maiorias, mas sim as minorias intolerantes, teimosas e barulhentas. Para entender melhor isso, precisamos primeiro abordar a ideia do “Paradoxo da Tolerância” do filósofo Karl Popper…

Popper dizia que um ambiente de tolerância ilimitada levaria a intolerância. Parece estranho, mas veja que se todos nesse ambiente são tolerantes e abertos a ideias, basta que surja uma pessoa intolerante e persuasiva para que a maioria tolerante seja convertida a nova ideia.

Um exemplo disso pode ser visto nas religiões. Onde estão as religiões politeístas, que aceitavam a ideia da existência de vários deuses, no mundo ocidental? Elas praticamente não existem mais. Hoje temos apenas poucas e grandes religiões intolerantes com a ideia de novos deuses

Bastou que uma minoria que não muda de ideia aparecesse com a crença na existência de um único deus para que a maioria tolerante a novas ideias (os romanos erguiam templos a deuses desconhecidos – templo ao “deo ignoto”) fosse convertida ao longo do tempo.

E o que isso tem a ver com o Bitcoin? Nas moedas poderemos ter algo parecido. Temos uma maioria disposta a ouvir novas ideias, sobretudo frente à desconfiança com a grande “impressão” $$ atual, e temos uma minoria intolerante que enxerga valor no Bitcoin e não muda de ideia.

E o que isso tem a ver com o Bitcoin? Nas moedas poderemos ter algo parecido. Temos uma maioria disposta a ouvir novas ideias, sobretudo frente à desconfiança com a grande “impressão” $$ atual, e temos uma minoria intolerante que enxerga valor no Bitcoin e não muda de ideia.

​​“Bruno, é certo que isso vai acontecer?”. Lógico que não. Aqui eu dei o exemplo da minoria teimosa vencedora, quando existe todo um cemitério de minorias intolerantes perdedoras das quais nunca ouvimos falar. “Homens mortos não contam histórias”. Piratas do Caribe.

Contudo, creio que vale ter pelo menos uma pequena exposição ao #Bitcoin considerando que esse caminho de sair de uma ideia da minoria até converter a maioria possa acontecer. Se eu estiver errado nisso, perco pouco; se eu estiver certo, ganho muito (até agora deu muito certo).”

No mesmo caminho, alguns investidores institucionais como Paul Tudor Jones e Stan Druckenmiller também alocaram parte dos seus patrimônios em bitcoin após perceber uma alta convicção dos entusiastas em mercados de baixa, o que trouxe segurança para o seu investimento.

Porém, o tribalismo pode aflorar nos entusiastas de diferentes formas, e a toxicidade é uma das mais criticadas. Veja abaixo um exemplo do maximalista de Bitcoin Max Keiser debatendo com Peter Schiff, um defensor do ouro e crítico do Bitcoin e das criptomoedas.

Agora que você já percebeu possíveis pontos positivos e negativos relacionados ao tribalismos dos entusiastas de criptomoedas, entenda onde você pode se encaixar em um quiz sobre as tribos do mundo cripto:

[wp_quiz_pro id=”63674″]

Leia outros conteúdos...

© 2024 All Rights Reserved.

Descubra mais sobre Cointimes

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading