O CEO da Binance disse que os investidores podem recorrer a stablecoins algorítmicas ou sem lastro no dólar norte-americano em meio à pressão regulatória sobre o Binance USD (BUSD).
Durante um Twitter Spaces no dia 14 de fevereiro, Changpeng Zhao (CZ) explicou porque as stablecoins com lastro no dólar são amplamente utilizadas:
“Stablecoins ainda são importantes. Os custos da maioria das pessoas ainda estão em moedas fiat e portanto, quando calculam retornos, ROI, etc., quando calculam preços hoje em dia, a maioria usa preços em dólares americanos para criptomoedas, porque as stablecoins com lastro no dólar são as mais populares.”
A declaração de Zhao veio após sugestões de que a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) considera iniciar uma ação de fiscalização contra a Paxos, que emite e opera BUSD em parceria com a Binance, por violar as leis de proteção ao investidor. O Departamento de Serviços Financeiros de Nova Iorque (NYDFS) também ordenou que a Paxos parasse de cunhar a stablecoin.
Zhao diz que a popularidade das stablecoins com lastro no dólar pode diminuir à medida que os reguladores focam nesses ativos.
“Dada a atual pressão e as atuais posições assumidas pelos reguladores sobre as stablecoins com lastro no dólares, acho que a indústria provavelmente se moverá para uma stablecoin não lastreada no dólar, e talvez também volte para as stablecoins algorítmicas.”
Ele acredita que essa ação reguladora está relacionada com o crash da TerraUSD (USTC), ou teve seu início nessa época, o que foi ainda mais exacerbado pela implosão da FTX:
“Penso que como resultado disso, provavelmente veremos mais stablecoins baseadas no euro ou no iene japonês, stablecoins baseadas no dólar de Cingapura. Isso nos levou a procurar mais opções em diferentes lugares.”
Mas e as contas secretas da Binance?
Um relatório da Reuters sugeria que CZ “tinha sua própria Alameda,” como colocado por JG Nuke. Parece que a Binance tinha acesso secreto a uma conta bancária pertencente a seu parceiro norte-americano, que supostamente era independente, e transferiu grandes somas de dinheiro dessa conta para uma empresa administrada pelo CEO da Binance, Changpeng Zhao.
Durante os primeiros três meses de 2021, mais de US $400 milhões saíram da conta da Binance.US no Silvergate Bank para esta empresa comercial, Merit Peak Ltd, de acordo com os registros do trimestre analisados pela Reuters.
Os executivos da Binance.US estavam preocupados com os fluxos de saída porque as transferências estavam ocorrendo sem seu conhecimento. A CEO da Binance.US na época, Catherine Coley, escreveu a uma executiva financeira da Binance.US no final de 2020 pedindo uma explicação para as transferências, chamando-as de “inesperadas” e dizendo “ninguém as mencionou.”
Em resposta à Coley, a executiva Susan Li, não explicou as transferências, apenas disse que o Merit Peak foi um “fornecedor que facilitou as negociações” na Binance.US e também forneceu empréstimos e injeções de capital para a exchange norte-americana. A Reuters não conseguiu apurar o que aconteceu com os US $400 milhões.
A diretora financeira do Binance.US, Jasmine Lee, disse ao Wall Street Journal em 8 de fevereiro que “a extensão do nosso relacionamento” com o Binance.com é um nome compartilhado e um acordo de licenciamento de tecnologia. “Não transferimos nossos fundos para frente e para trás”, disse Lee.
Ex-reguladores, juntamente com ex-executivos da Binance e do Silvergate, disseram à Reuters que o papel do Merit Peak na Binance.US criou potenciais conflitos de interesse entre a exchange e seus clientes, porque a Binance.US não divulgou nenhuma informação sobre as atividades do Merit Peak ou de seu proprietário.
“Quando se tem essa falta de transparência, não se sabe se os clientes da Binance estão sendo prejudicados,” disse Howard Fischer, um ex-conselheiro sênior da SEC.
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