Chineses em busca de reaver suas economias de vida protagonizaram um dos maiores protestos na China desde o início da pandemia. Quatro bancos rurais estão mantendo contas de clientes congeladas desde abril.
Nos últimos dias, circularam nas redes sociais vídeos dos protestos onde as pessoas se reuniram em frente a filial da cidade de Zhengzhou do Banco Central da China. O protesto começou pacífico, mas houve violência que supostamente começou por parte da polícia.
This is huge. Don't know how this will end. Henan bank is NOT the only one that is having problems with liquidity. All four Chinese banks are having the same issue. Some depositors found they can save and can NOT withdraw money with their bank cards. #bankrun #China #CCP pic.twitter.com/5WYYgpmIWP
— Jennifer Zeng 曾錚 (@jenniferatntd) July 10, 2022
Em vídeo, é possível escutar os manifestantes chamando a polícia de “máfia”:
This is again huge: 1. Protestors directly target #CCP, call CCP's police "mafia". 2. They call for Chinese premier #LiKeqiang instead of #XiJinping to investigate this issue. 3. How could thousands gather without being detected or stopped? How did they organize?#Bankrun #China pic.twitter.com/Mkda1LMCmo
— Jennifer Zeng 曾錚 (@jenniferatntd) July 11, 2022
Segundo relatos, os bancos rurais interromperam os saques para melhorar a infraestrutura do banco, mas os clientes reclamam que estão desde abril sem acesso ao próprio dinheiro e ainda não tiveram atualizações sobre o caso. De acordo com a mídia local, os depósitos bancários congelados chegam a US $1,5 bilhão.
Steven Jiang, chefe do escritório da CNN Internacional em Beijing, disse que “os maiores afetados foram chineses com baixos salários que colocaram suas economias de vida nestes bancos porque tiveram fé no sistema bancário, mas acabaram perdendo tudo” devido aos supostos problemas de liquidez.
Ainda segundo Jiang, a polícia provavelmente foi extremamente incisiva por se tratar de um grande protesto em um ano em que Xi Jinping se prepara para começar outro mandato como Presidente da República Popular da China, então há uma preocupação com a imagem política.
Após os protestos, as autoridades de Henan prometeram na segunda-feira (11) que os clientes que depositaram 50 mil yuans ou menos serão pagos a partir de 15 de julho, e que os demais seriam pagos “mais tarde”.
O prejuízo que essas pessoas tiveram evidencia o quão necessário é um sistema de pagamentos que não dependa da confiança em intermediários. E o banimento do Bitcoin na China só revela o quanto o governo teme que a criptomoeda possa realmente substituir o sistema tradicional no país.
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