Na manhã desta quinta-feira, a Polícia Federal pediu o bloqueio de R$110 milhões de uma exchange de criptomoedas no Brasil, o dinheiro supostamente tem origem ilícita. Através da Operação Rekt, a PF investiga a movimentação de 20 bilhões de reais relacionados ao tráfico de drogas.
Esse montante bilionário passou pela conta de 36 pessoas, 4 físicas e 32 jurídicas, que tiveram sigilos bancários e fiscais afastados pela Justiça Federal de São Paulo. Segundo nota oficial da Polícia Federal, além de 4 mandados de busca e apreensão realizados hoje, houve também o bloqueio de 110 milhões de reais em uma corretora de criptomoedas, que não está sendo investigada. O nome da exchange não foi informado.
A investigação policial foi capaz de descobrir um grande esquema de lavagem de dinheiro envolvendo empresas de fachada, cadastradas em nome de “laranjas”. Essas contas bancárias foram usadas por traficantes de droga presos durante a Operação Planum, realizada em outubro de 2018.
De acordo com análise das informações obtidas pela Polícia e em relatórios de inteligência financeira, houveram transações atípicas bilionárias destas contas para compra de criptomoedas. Segundo a nota, a PF tentará recuperar este valor para a União.
Em coletiva de imprensa, o chefe da Delegacia de Repressão às Drogas e delegado Fabrício Gale explicou que “o simples fato de operar no mercado não é algo ilícito, mas o problema é que essa empresa recebeu vultuosos recursos, mais de R$ 100 milhões identificados nesta operação e esses recursos provavelmente tem origem ilícita”.
“Uma das razões de ter pedido o bloqueio é que essas empresas não estão sujeitas ao controle do Banco Central e fica mais difícil identificar as movimentações suspeitas”, concluiu Gale.
O comunicado também esclarece o nome da operação, que faz referência a uma gíria do mercado de criptoativos, Rekt significa a perda significativa de patrimônio após uma transação equivocada ou investimento mal feito.
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