O uso de criptomoedas para lavagem de dinheiro aumentou 30% entre 2020 e 2021, mas ainda representa apenas 1% de todo o valor em moedas fiduciárias lavadas no mundo. O uso das plataformas DeFi para este fim aumentaram quase 2.000% no período.
A lavagem de dinheiro no universo de criptomoedas
Os cibercriminosos que lidam com criptomoedas compartilham um objetivo comum: transferir seus fundos ilícitos para um serviço onde possam ser mantidos a salvo das autoridades e eventualmente convertidos em dinheiro.
É por isso que a lavagem de dinheiro sustenta todas as outras formas de crimes baseados em criptomoedas. Se não houver como acessar os fundos, não há incentivo para cometer crimes envolvendo criptomoedas.
A atividade de lavagem de dinheiro em criptomoedas também está fortemente concentrada. Embora bilhões de dólares se movam de endereços ilícitos todos os anos, a maioria acaba em um grupo surpreendentemente pequeno de serviços, muitos dos quais parecem criados especificamente para lavagem de dinheiro com base em seus históricos de transações.
Lavagem de dinheiro aumentou 30% em relação ao ano anterior
Segundo análise on-chain promovida pelo site Chainalysis, a quantidade de criptomoedas provenientes de endereços com rastros de atividades ilícitas para serviços especializados em lavagem de dinheiro aumentou 30% em relação ao ano anterior, saindo de $ 6,6 bilhões para $8,6 bilhões de dólares.
Este valor, apesar de muito expressivo, ainda é 20% menor que o observado em 2019, quando atingiu a alta histórica de US$ 10,9 bilhões lavados.
Os 3 últimos anos apresentam resultados muito superiores que em anos anteriores, o que demonstra uma crescente para esta prática.
Moedas fiduciárias ainda são as preferidas para a prática de lavagem de dinheiro
Nos 5 anos analisados – desde 2017 – foram um total de US$ 33 bilhões em lavagem de dinheiro com criptomoedas. Valor que não chega perto do estimado pelo Escritório de Drogas e Crimes da ONU, que estima um total entre $800 bilhões e $1 trilhão de dólares em lavagem de dinheiro no mundo todo.
Ao tirarmos uma média sobre os cinco anos de análise do Chainalysis, foram lavados cerca de US$ 6,6 bilhões por ano, o que representa 0,825% de toda a soma de valores da menor estimativa da ONU ($800bi).
Tendência no aumento de uso das plataformas DeFi para este fim
Pela primeira vez desde 2018, as exchanges centralizadas não receberam a maioria dos fundos enviados por endereços ilícitos no ano passado, recebendo apenas 47%.
Os protocolos DeFi fazem grande parte da diferença, já que receberam 17% de todos os fundos enviados de carteiras ilícitas em 2021, muito acima dos 2% do ano anterior.
Este aumento do uso de plataformas DeFi resulta em um crescimento de 1.964% em um ano.
Algumas plataformas que antes eram muito utilizadas, começam a perder protagonismo, vendo uma diminuição de seu uso para a lavagem de dinheiro, como é o caso de plataformas centralizadas de apostas e exchanges peer-to-peer.
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