Um desenvolvedor de blockchain, Muneeb Ali, co-fundador da Stacks, anunciou sua intenção de criar uma Organização Autônoma Descentralizada (DAO) para combater políticos que se posicionam contra as criptomoedas, especialmente a Senadora Elizabeth Warren.
A Senadora tem liderado uma cruzada anti-criptomoedas, sendo uma das principais figuras políticas a lutar contra a tecnologia. Ali instigou a comunidade cripto a fazer o mesmo, demonstrando o poder das comunidades descentralizadas.
Exército anti-criptomoedas

As declarações de Ali vieram como resposta aos planos de Warren de construir um “Exército Anti-criptomoedas” como parte de sua campanha de reeleição.
A Senadora tem sido um obstáculo para a indústria, incluindo a oposição à decisão da Fidelity em permitir investimentos em Bitcoin em seus produtos 401(k) e, mais recentemente, enviando uma carta bipartidária à Binance exigindo mais transparência e responsabilidade. A carta acusava a corretora de violar leis e requisitos de AML (Anti-Money Laundering) dos EUA.
Em resposta às acusações, a Binance publicou uma longa resposta, negando as alegações e afirmando trabalhar para proteger seus usuários e cumprir obrigações legais. No entanto, a Commodity Futures Trading Commission (CFTC) dos EUA processou a Binance em 27 de março por operar ilegalmente uma corretora de criptomoedas.

Em resposta à postura de Warren, Ali decidiu financiar os oponentes políticos da Senadora, anunciando que pausará todas as doações a políticos democratas por enquanto. O co-fundador da Stacks também recomendou uma abordagem estratégica, direcionando recursos para “estados-chave do campo de batalha“, a fim de maximizar o impacto de uma força pró-criptomoedas.
A ideia de construir um “Exército Anti-criptomoedas” surgiu em um artigo do jornal Politico, em fevereiro. A proposta de Warren é recrutar aliados políticos para apoiar sua causa anti-cripto, que inclui leis mais rígidas contra a lavagem de dinheiro. Os críticos argumentam que as medidas propostas por Warren são excessivamente amplas e representam uma ameaça inconstitucional à privacidade pessoal.
Em suas postagens no Twitter, Ali destacou a importância de se opor à guerra contra o progresso tecnológico e defender a tecnologia de código aberto e liberdade. A criação da DAO, financiada com Bitcoin e criptoativos, tem como objetivo mostrar aos políticos anti-criptomoedas o poder e a resiliência da comunidade.
Bitcoin invade a política até no Brasil
O Bitcoin e outras criptomoedas têm ganhado espaço no cenário político mundial, inclusive no Brasil. No país, grupos políticos como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Partido Pirata têm adotado as criptomoedas como forma de financiamento e engajamento.
A aceitação de doações em Bitcoin e outras criptomoedas permite que esses grupos aumentem sua base de apoio e arrecadação, enquanto ao mesmo tempo, se posicionam como defensores das tecnologias descentralizadas e da liberdade econômica.
No cenário internacional, o uso de criptomoedas na política também tem sido cada vez mais frequente. Partidos e políticos em diversos países têm explorado o potencial das moedas digitais para financiamento de campanhas, além de promoverem a discussão sobre regulamentação e adoção dessas tecnologias.
Nos Estados Unidos, por exemplo, candidatos e partidos políticos começaram a aceitar doações em Bitcoin já nas eleições de 2014, e essa tendência só tem crescido desde então. Além disso, governos como o de El Salvador têm adotado o Bitcoin como moeda oficial, o que evidencia o potencial de transformação e o papel político das criptomoedas.